Chuvas no RS: Time de Lula quer ajuste de discurso e menos energia em rebater fake news
Aliados próximos do presidente avaliam que tom de combate a notícias falsas tirou atenção das realizações do governo na crise
Apesar de ter dado uma resposta rápida e eficiente à crise no Rio Grande do Sul, o entorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia que o presidente custa a transmitir de maneira eficiente à população as realizações de sua gestão diante da tragédia, segundo aliados próximos ouvidos pela CNN.
O entorno de Lula defende, principalmente, que o governo pare de gastar grande parte de seus esforços de comunicação para rebater notícias falsas. E, de agora em diante, se concentre em dar mais visibilidade às ações federais em auxílio à população gaúcha.
Para um amigo do presidente ouvido sob reserva, o Planalto está diante de uma oportunidade única de se reposicionar. Ele afirma também que houve, até o momento, uma hipervalorização das fake news. Nas palavras desse aliado, o governo gasta tempo discutindo com mentirosos.
A mudança de tom começou a ser implementada ontem, no pronunciamento feito pelo presidente Lula, ao lado do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, para anunciar a suspensão dos pagamentos da dívida do Rio Grande do Sul com a União. Mas deve ficar ainda mais evidente nos próximos dias.
Na segunda-feira (13), Lula adiantou que fará ainda nesta semana o anúncio de auxílios voltados às “pessoas físicas” afetadas pela tragédia.
O presidente desmarcou a viagem que tinha prevista para o Chile por conta da tragédia e confirmou que deve viajar amanhã (15) ao Rio Grande do Sul, onde deve ter novo encontro com o governador Eduardo Leite.
A ideia de neutralizar qualquer tipo de aresta com o governador e transmitir a ideia de união institucional é chave na estratégia do Planalto.
As novas medidas tendem a ter mais apelo popular, por se concentrarem na liberação de verbas e auxílios diretamente para a população afetada.
Está em estudo, por exemplo, uma ajuda financeira às famílias que terão de reconstruir suas casas, com valor que pode chegar a R$ 5 mil, como adiantaram ontem os analistas da CNN Larissa Rodrigues e Teo Cury.