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    Tríplex atribuído a Lula é sorteado em rifa

    Segundo a força-tarefa da Lava Jato, apartamento no litoral paulista teria sido oferecido por empreiteira como vantagem ilícita; 250 mil pessoas concorreram ao imóvel

    André RosaTiago Tortellada CNN

    O apartamento tríplex localizado em Guarujá (SP) que foi atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela força-tarefa da Operação Lava Jato foi sorteado pela internet neste sábado (28).

    O petista foi acusado por supostamente ter sido beneficiado do imóvel em forma de retribuição por dar vantagem à construtora OAS em contratos com a Petrobras. Ele nega as imputações.

    Em transmissão no Instagram, o site Pancadão dos Prêmios, que se descreve como uma “plataforma de entretenimento”, realizou o sorteio e anunciou que o vencedor foi um homem chamado Antônio Tarcísio, com o “número da sorte” 19 62 08.

     

    Para concorrer ao sorteio, era necessário ser assinante do portal. A assinatura básica custou R$ 19,90, mas planos mais caros prometiam mais chances de ganhar o prêmio.

    A assessoria de imprensa da plataforma informou que mais de 250 mil pessoas concorreram à rifa.

    De acordo com o site, o sorteio leva em conta os números da Loteria Federal.

    Após a divulgação do resultado pelas Loterias Caixa, as dezenas são usadas para definir o número que vence a rifa.

    O tríplex fica localizado no Edifício Salinas, no condomínio Solaris, no litoral paulista, e foi leiloado em 2018 por R$ 2,2 milhões.

    Ele ocupa do 16° ao 18° andar do prédio. O atual dono e idealizador do sorteio é o empresário Fernando Gontijo.

    Segundo a descrição da rifa, o apartamento, classificado “como Tríplex Mais famoso do Brasil” tem quatro quartos, área de 215m², cozinha gourmet, piscina privativa e elevador exclusivo.

    O regulamento definia que só poderiam participar do sorteio pessoas físicas, com idade igual ou superior a 18 anos e que morem no Brasil.

    Relembre o caso do tríplex

    O ex-presidente Lula foi condenado por Sergio Moro em 2017, no âmbito da Operação Lava Jato, por supostamente ter sido beneficiado com a reforma desse apartamento.

    O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra o petista por supostamente ter recebido vantagens, como o apartamento, em forma de “retribuição pela atuação de modo a garantir o funcionamento do esquema que lesou a Petrobras”.

    A empreiteira OAS seria beneficiada em contratos com a petrolífera, pagando propina em troca dos favorecimentos.

    Lula teve sua condenação mantida pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

    Após ter um habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele acabou preso depois da condenação em segunda instância.

    Ele chegou a cumprir parte da pena e ficou preso por mais de um ano e meio na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, mas foi solto depois que o próprio STF proibiu a prisão em segunda instância.

    Em março de 2021, o STF reverteu a decisão e prevaleceu o entendimento que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial no julgamento do caso.

    O Supremo anulou todos os atos de Moro, incluindo a fase pré-processual, o que exigiria uma nova denúncia. O caso foi arquivado em janeiro deste ano.

    Em novembro de 2018, Moro deixou a magistratura e aceitou o convite do então presidente eleito Jair Bolsonaro (hoje no PL) para assumir o Ministério da Justiça e Cidadania.

    Ele deixou o cargo em abril de 2020 após polêmicas envolvendo a troca do comando da Polícia Federal.
    Em novembro do ano passado, Moro anunciou sua pré-candidatura ao Planalto – postulação que viria a desistir meses depois.

    No fim de 2021, o MPF apontou prescrição do caso e pediu arquivamento. Assim, uma nova acusação ficou inviabilizada.

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