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    Ex-reds, Fábio Aurélio fala sobre clima de decisão na Champions: “Liverpool vê como revanche”

    Brasileiro comenta sua passagem pelos reds, relembra experiências na Champions League e analisa a final deste sábado (28)

    Bruno OliveiraDanilo Moliternoda CNN , em São Paulo

    14 de abril de 2009. Após ser derrotado no confronto de ida das quartas de final da Champions League para o Chelsea, por 3 a 1, o Liverpool precisa vencer a volta para se classificar às semifinais. Aos 19 do primeiro tempo, os reds têm ao seu favor uma falta lateral — distante do gol de Petr Čech.

    Na cobrança da falta, o brasileiro Fábio Aurélio. O camisa 12 parte para a bola, e o goleiro dos blues, em um exercício de adivinhação, dá um passo à direita para interceptar o iminente cruzamento. O lateral-direito, porém, bate direto na meta. Golaço.

    Fábio Aurélio, que atuou com a camisa do Liverpool de 2006 a 2012, lamenta não ter jogado uma final de Champions League pelos reds. Em 2007, quando o clube inglês chegou à decisão, o brasileiro não pôde entrar em campo devido a uma lesão no tendão.

    Por outro lado, recorda com “carinho” outros momentos de sua passagem pelo clube — em especial seu gol de falta diante do Chelsea. “Os torcedores sempre lembram daquele jogo, é uma memória bem marcante que tenho”, diz o ex-jogador.

    A decisão de 2007, porém, não teria sido a primeira disputada pelo lateral-direito. Em 2001, com apenas 21 anos de idade, Fábio Aurélio disputou uma final de Champions League pelo Valencia. Naquela partida, após empate no tempo normal por 1 a 1, os espanhóis acabariam derrotados pelo Bayern de Munique nos pênaltis.

    Se por um lado o brasileiro lamenta o resultado final, por outro destaca a importância dessa “primeira experiência” para a continuidade de sua carreira.

    Em entrevista à CNN, Fábio Aurélio fala sobre sua passagem pelos reds, relembra experiências na Champions League e analisa a final da edição 2021-22, que será disputada por Real Madrid e Liverpool, neste sábado (28), no Stade de France, em Paris.

    Confira abaixo a entrevista com o jogador

    A torcida do Liverpool vem tratando a partida como uma revanche por 2018, quando os reds perderam a final para o Real. Como sente o clima do confronto?

    Recentemente eu estive lá acompanhando essa última rodada do Campeonato Inglês, lá em Anfield. Não só o clube, mas principalmente os torcedores… o Liverpool vê, sim, essa final como uma revanche de 2018. E o Salah principalmente, pelo fato de ter deixado aquele jogo no começo, pelo problema que ele teve de lesão. Então, eles encaram muito como uma revanche.

    Como avalia a campanha do Liverpool até aqui. Chama a atenção a longevidade do trabalho do Klopp?

    Obviamente o que chamou muito atenção, na Champions League, acredito que é um recorde: na fase de classificação, em todos os jogos fora de casa, o Liverpool conquistou vitórias.

    E pela temporada que o clube vem fazendo, disputando todas as competições, chegando em todas as finais. Então, é um clube que surpreendeu, não somente os que já tiveram experiência de saber o que é o clube internamente, mas as pessoas gostam de bom futebol, que é o que o Liverpool vem apresentando.

    E pelo lado do Real Madrid, o que destaca?
    Chama atenção como Madrid chega nessa final. Vem de várias eliminatórias sofrendo no placar. E em poucos minutos nessas várias eliminatórias eles conseguiram reverter as desvantagens. E tá chegando nessa final com essa com essa bagagem.

    Acredito que é um jogo que o Liverpool pode estar ganhando de 2 a 0, mas não vai estar tranquilo, né, por esse histórico que o Real Madrid conquistou durante a competição.

    Para você, que esteve em diversas partidas eliminatórias de Champions, inclusive em uma final, como descrever a sensação de atuar no torneio?

    É uma emoção totalmente diferente. Eu lembro muito bem: na época que ainda estava no São Paulo, a gente acompanhava alguns jogos e quando a gente via aquele símbolo da Champions no meio campo e aquela ópera, que é o hino da Champions, você já sentia ali uma emoção totalmente diferente. E na minha chegada ao Valencia em 2000, depois das Olimpíadas de Sidney, o Valencia estava disputando a Champions League. Minha estreia na competição foi na semifinal contra o Leeds, que nos classificou para a final contra o Bayern de Munique.

    Infelizmente, na final eu fiquei no banco e nós perdemos nos pênaltis. Foi minha primeira experiência. Mas eu percebi durante a carreira em todos os clubes pelos quais disputei a Champions que quando acabava o jogo da competição nacional [no fim de semana], na segunda-feira, a gente já sabia que no meio de semana tinha jogo da Champions.

    Então, o uniforme de treino já era diferente, tinha o símbolo da Champions, as bolas eram diferentes. Já era um ambiente totalmente diferente. Então, é indescritível até querer transformar em palavras a sensação e as emoções de quando você tá alinhado lá, antes de começar um jogo, e ouvir aquele hino da Champions.

    Falando sobre a sua longa passagem no Liverpool, quais foram os momentos que mais te marcaram?

    No Liverpool, eu cheguei a uma final [de Champions], em 2007. Eu cheguei em 2006 no Liverpool. Eles tinham sido campeões em 2005, naquela histórica remontada contra o Milan. Depois, em 2007, a gente também chegou na final, contra o próprio Milan. Mas nessa o Milan conquistou. E eu rompi o tendão de Aquiles nas quartas de final, então eu perdi a semifinal e a final.

    Mas teve outros momentos marcantes, que os torcedores sempre lembram com muito carinho: nas quartas de final, contra o Chelsea, fomos eliminados, mas eu faço um gol de falta. Uma falta meio lateral que acabou surpreendendo o Petr Čech. Então jogo marcante, uma memória bem bacana que eu tenho.

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