Banco central da Rússia corta juros e vê espaço para mais reduções
Inflação russa desacelerou ante máxima de mais de 20 anos e a economia está prestes a contrair
O banco central da Rússia baixou sua taxa de juros para 11% nesta quinta-feira (26) e disse que há espaço para mais cortes este ano, uma vez que a inflação desacelerou ante máxima de mais de 20 anos e a economia está prestes a contrair.
A autoridade monetária anunciou a mudança em uma reunião extraordinária depois de cortar a taxa referencia para 14% em abril, semanas depois de um aumento emergencial para 20% desencadeado pela decisão da Rússia de enviar dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro.
O banco central, que agora reduziu sua taxa básica em 900 pontos-base acumulados desde fevereiro, disse que “mantém aberta a perspectiva de redução dos juros em suas próximas reuniões”.
“A pressão inflacionária diminui com a dinâmica da taxa de câmbio do rublo, bem como a queda notável nas expectativas de inflação das famílias e empresas”, disse o banco em um comunicado em inglês.
O rublo tornou-se a moeda com melhor desempenho do mundo este ano, impulsionado pelos controles de capital que a Rússia impôs no final de fevereiro para limitar os riscos à estabilidade financeira e se defender das sanções ocidentais.
O banco central disse que as condições externas para a economia russa ainda são desafiadoras, mas que os riscos para a estabilidade financeira diminuíram um pouco, abrindo espaço para a flexibilização de algumas medidas de controle de capital.
O desempenho do rublo “deu espaço às autoridades para reverterem as medidas de emergência introduzidas desde fevereiro”, disseram analistas da Capital Economics em uma nota.
A inflação diminuiu para 17,51% em 20 de maio de 17,69% uma semana antes, em meio a um declínio na atividade de consumo, disse o Ministério da Economia, mas ronda seu ponto mais alto desde o início de 2002.