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    “A gente não sabe se fica feliz ou triste”, diz mulher que deu à luz após ser desabrigada no RS

    O pequeno Tyson chegou ao mundo na última terça-feira (7), em meio à tragédia no estado

    Isadora AiresBruno Laforéda CNN

    Em entrevista à CNN, a dona de casa Gislaine de Oliveira Carlos relatou seu estado de confusão após o nascimento de seu filho, Tyson, dias depois ser resgatada e encaminhada a um abrigo. Ela e o companheiro Pierre Raimundo da Silva, auxiliar de construção, tiveram que abandonar o lar da família, em Porto Alegre, no dia 3 de maio.

    Atualmente, a família está abrigada na sede de uma associação no bairro de Cavalhada, na zona sul da capital gaúcha.

    “A gente tá numa mescla de energia. A gente não sabe se fica feliz ou triste pelas coisas que aconteceram. Eu estou tentando não pensar nisso, senão vai ser um trauma tão grande pensar nas coisas que a gente perdeu, estou pensando: ‘olha que legal essa ajuda toda'”, disse Gislaine.

    A família relata que, após sair de casa, foi até uma academia da irmã da gestante, onde se instalaram no segundo andar. O casal relata que, no sábado passado (4) um bombeiro passou ali na frente avisando que a inundação ia atingir o local onde eles estavam.

    “A gente só pegou duas bolsas do Tyson, só com as roupinhas da maternidade, que a gente já tinha separado”, relembra a dona de casa.

    A família saiu do estabelecimento em uma espécie de cordão humano. Eles explicaram à reportagem que as mulheres do grupo andaram pela enchente com as mãos dadas e os homens foram na frente. O nível da água estava na altura do tórax das pessoas.

    Em certo momento, passou a não dar pé e a família foi resgatada por um barco e levada para um ponto de uma rodovia. “Pegamos chuva e vento. Eu cheguei até a dormir debaixo de uma lona. Aqui (no abrigo) estamos mais tranquilos”, relatou Pierre.

    A chegada de Tyson

    “O estresse da gravidez já estava no máximo, mais o estresse do que aconteceu, foi caótico”, desabafou Gislaine. “No sábado (4), quando a gente saiu, eu estava completando 40 semanas. Eu repetia par ao bebê na barriga: ‘não vem agora, espera mais um pouco, por favor'”.

    Apesar de toda as dificuldades, após ser abrigada, Gislaine recebeu todo o suporte dos voluntários e deu à luz um bebê saudável na última terça-feira (7). O parto foi cesariano.

    De volta ao abrigo, a mamãe e o papai agradecem todo o apoio que vêm recebendo. “Não acreditava muito na bondade das outras pessoas, mas depois do que aconteceu, estou pensando positivo (…) As pessoas estão me ajudando muito a ser o homem que esse cara aqui precisa”, conclui Pierre.

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