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    Rússia diz que “libertou completamente” siderúrgica de Azovstal, em Mariupol

    Em um comunicado, Ministério da Defesa do país afirmou que último grupo de militares ucranianos no local se rendeu

    João Pedro Malarda CNN* , em São Paulo

    A Rússia afirmou na sexta-feira (20) que suas tropas “libertaram completamente” a usina siderúrgica de Azovstal, que estava sitiada pelas tropas do país na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia.

    Em um comunicado, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, major-general Igor Konashenkov, disse que o “último grupo de 531 militantes se rendeu”, referindo-se aos combatentes ucranianos que há várias semanas resistiam aos ataques russos à usina.

    Mais cedo, o comandante ucraniano do Regimento Azov, tenente-coronel Denis Prokopenko, deu a ordem para parar de defender a cidade de Mariupol. Ele também enviou uma mensagem em vídeo de dentro da siderúrgica de Azovstal dizendo que a liderança militar superior havia “emitido uma ordem para preservar a vida e a saúde dos soldados da guarnição e parar de defender a cidade”.

    Konashenkov disse que o comandante do Regimento Azov “foi retirado do território da fábrica em um carro blindado especial”. Um novo vídeo postado na internet parece mostrar os caças do Regimento Azov restantes saindo da siderúrgica.

    A CNN não pôde verificar de forma independente se todas as tropas ucranianas desocuparam a usina siderúrgica.

    Se a afirmação russa for verdadeira, a conquista da usina significaria que toda a cidade de Mariupol passou ao controle das forças russas, depois de quase três meses de combates brutais.

    A vitória também abriria caminho para que a Rússia estabelecesse um corredor terrestre entre o país e o território anexado da Criméia, que pertenceu à Ucrânia até 2014.

    O movimento garantiria ainda um porto importante no Mar de Azov para a Rússia, e liberaria as tropas do país para lutar na linha de frente da guerra, na região separatista de Donbass.

    Confronto por Mariupol

    A cidade portuária estrategicamente importante de Mariupol foi uma das primeiras a ser atacada pelos russos depois que a invasão na Ucrânia começou em 24 de fevereiro. Bombardeios constantes no local chegaram a atingir uma maternidade e um teatro onde os civis estavam abrigados.

    Em meados de abril, a maioria dos últimos defensores ucranianos estava lutando para impedir as forças russas de tomar a usina siderúrgica de Azovstal, que também se tornou um abrigo para até 1.000 civis, incluindo alguns gravemente feridos que ficaram presos sem assistência médica.

    No final de abril, a Rússia afirmou ter alcançado a “libertação” de Mariupol – o que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky negou, dizendo que os soldados ainda estavam resistindo na cidade.

    As evacuações dos civis em Azovstal começaram em 1º de maio. Em 16 de maio, os militares da Ucrânia disseram que suas forças haviam completado sua “missão de combate” na usina siderúrgica, com centenas de soldados evacuados da instalação.

    Centenas de soldados evacuados foram levados para um centro de detenção pré-julgamento da Rússia, enquanto os gravemente feridos receberam tratamento médico, segundo o Ministério da Defesa russo.

    A Ucrânia disse que espera realizar uma troca de prisioneiros de guerra russos pelos soldados gravemente feridos.

    *Com informações de Darya Tarasova e Pierre Meilhan, da CNN

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