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    Larissa Rodrigues
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    Larissa Rodrigues

    Acompanha de perto as articulações do Congresso com o Executivo e como a relação entre os Poderes interfere na vida da população e na economia do país

    Análise: o melhor do Brasil é e seguirá sendo o brasileiro

    A cada pessoa que é resgatada com vida, cada nova vida que nasce, cada doação que chega: ações que trazem um pouco de esperança no meio do caos

    Não. Eu não vou começar este texto citando os crimes cometidos no Rio Grande Sul – todos inadmissíveis e que precisam ser investigados e punidos. Eu quero destacar, no meio dessa crueldade toda, as imagens e ações que nos deram esperança diante de tamanho sofrimento vivido pelos gaúchos.

    No início dessa semana, encheu meu coração de alegria e meus olhos d´água a história do seu Teodorico Mezzomo, de 102 anos. Alagado junto com a família na zona rural de Santa Tereza (RS), o agricultor aposentado foi resgato pela equipe do Corpo de Bombeiros – corporação de heróis no meio dessa tragédia toda.

    Outra daquelas histórias é a do pequeno Tyson que, pouco antes do Dia das Mães, nasceu com 2,8 kg e 48 cm, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

    Mas, antes mesmo de chegar ao mundo, o guerreirinho viu seu quarto ser inundado pelas chuvas e enchentes, sua família – incluindo um irmão de apenas 3 anos – ficar três dias aguardando o resgate, e a mãe entrar em trabalho de parto num abrigo – onde foi socorrida por voluntários e até médicos que também estão vivendo no mesmo local.

    Essas duas histórias me comoveram especialmente porque as revelei e trouxe ao vivo na CNN. Porém, quantas outras aconteceram desde que as águas destruíram quase todas as cidades do Rio Grande do Sul?

    A junção de Poderes e voluntários para salvar o cavalo Caramelo, as toneladas de doações de pessoas de todos os estados sendo levadas dia após dia pelos Correios e pela Força Aérea Brasileira (FAB), jogadores e diretoria de Grêmio e Internacional unidos no resgate de desabrigados.

    Claro que há muito para chorar e se revoltar. Passamos de uma centena de mortos, milhares seguem desalojados e desabrigados, não sabemos o que virá de destruição quando a água baixar. Houve e há negligência governamental, há fake news sendo espalhados por todos os cantos, sem se preocupar com quem de fato precisa de ajuda e socorro.

    Mas cada gaúcho que é salvo por um brasileiro que se comoveu e resolveu ajudar nos mostra a máxima de sempre: o melhor do Brasil não apenas é o brasileiro, como seguirá sendo. Um brasileiro que entra na lama e na enchente para salvar um outro ser humano ou um animal de estimação.

    Um brasileiro que nasce no meio do caos, ou que resiste a ele apesar dos 102 anos. Sem romantismo, sem minimizar a tragédia. Apenas um fio de esperança diante de tamanha tristeza.