RS tem três infraestruturas críticas paralisadas e 14 em “atenção” após chuvas
Aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, é um dos locais totalmente paralisados. A estrutura está alagada e sem previsão de liberação
O Rio Grande do Sul tem três infraestruturas críticas totalmente paralisadas e 14 em “atenção” devido às enchentes. Esse tipo de infraestrutura são instalações, serviços, bens e sistemas que se forem interrompidos podem provocar um efeito cascata com impacto social, ambiental, econômico e à segurança do Estado e da sociedade.
O aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, é um dos locais totalmente paralisados. A estrutura está alagada e sem previsão de liberação. A segurança foi reforçada para tentar manter o patrimônio estratégico.
Ao todo, o estado tem 35 estruturas nessa classificação que podem incluir setores de energia, comunicações, transporte, finanças e defesa. Diante das chuvas, o monitoramento foi intensificado para evitar comprometimento de serviços.
Por questão de segurança e soberania, não há divulgação dos nomes e localizações exatas da maior parte dos equipamentos monitorados.
A segurança das infraestruturas críticas é coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que recebe as informações dos grupos técnicos formados por integrantes de ministérios, órgãos governamentais, agências reguladoras e entidades privadas.
No Rio Grande do Sul, as estruturas em “atenção” são as que operam “fora da normalidade”. Entre elas, as hidrelétricas que neste momento têm grande volume de água nas barragens devido às chuvas.
No setor de telecomunicações há sete ativos em atenção. Um deles é um data center (centro de processamento de dados), na capital gaúcha. O local precisa de 20 mil litros de água por dia para manter o sistema de refrigeração.
Essa é uma estrutura considerada crítica porque sem esse sistema em funcionamento há risco de interrupção de fluxos financeiros e de transferência de dados governamentais, por exemplo.
Segurança de estruturas críticas
O monitoramento das infraestruturas é feito constantemente. Para determinar o que é “crítico”, há cinco fases.
A primeira é a identificação das estruturas. Depois, identifica-se ameaças, vulnerabilidades e medidas de controle.
Em seguida, há as fases de análise de risco, diagnóstico nacional e análise de interdependência (que tipo de efeitos podem ser gerados).
As contribuições do GSI diante dos relatórios enviados busca evitar as consequências de paralisações parciais ou totais das estruturas.
No Brasil, a classificação de infraestruturas críticas começou em 2006, após os ataques de uma facção criminosa à cidade de São Paulo.
A partir daí, houve pedido da Presidência da República para definição de pontos sensíveis que precisam de proteção.
Até 2024, o governo definiu oito áreas prioritárias e dez subtemas críticos. O Brasil também já tem a Política Nacional de Segurança em Infraestrutura Crítica (PNSIC) desde 2018. Segundo o GSI, ainda neste semestre, deve ser criado o Comitê Nacional de Segurança de Infraestrutura Crítica.