Amazon discrimina trabalhadoras grávidas e deficientes, diz estado de Nova York
Empresa supostamente forçou trabalhadora grávida a continuar levantando pacotes, e a colocou em licença não remunerada depois que ela acabou se ferindo
A Divisão de Direitos Humanos do Estado de Nova York apresentou uma queixa contra a Amazon.com acusando a varejista online de discriminar trabalhadoras grávidas e deficientes em seus locais de trabalho, disse a governadora, Kathy Hochul, nesta quarta-feira (18).
A Amazon também foi acusada de ter políticas que exigem que os trabalhadores tirem licenças não remuneradas, mesmo que sejam capazes de trabalhar, em vez de fornecer instalações razoáveis.
O órgão responsabilizou a Amazon por dar aos gerentes o poder de ignorar recomendações de “consultores de acomodação” internos sobre pedidos de mudanças de horas de trabalho ou responsabilidades dos postos.
A lei estadual de Nova York exige que os empregadores forneçam acomodações razoáveis às trabalhadoras grávidas e deficientes que solicitarem. Também trata condições médicas relacionadas à gravidez como deficiências.
“Meu governo responsabilizará qualquer empregador, independentemente de ser grande ou pequeno [porte], se eles não tratarem seus trabalhadores com a dignidade e o respeito que merecem”, disse Hochul em comunicado.
A Amazon não respondeu a pedidos de comentários.
A Amazon enfrenta crescentes críticas condições de trabalho dos funcionários. Em setembro passado, seis senadores democratas pediram à Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego dos EUA que investigasse a suposta falha “sistêmica” da Amazon em dar condições adequadas para trabalhadoras grávidas em centros de distribuição de produtos.
A queixa desta quarta-feira descreveu como a Amazon supostamente forçou uma trabalhadora grávida a continuar levantando pacotes com mais de 11 quilos e a colocou em licença não remunerada indefinida depois que ela acabou se ferindo.
A denúncia também afirma que a empresa reverteu recomendações para permitir que dois trabalhadores com deficiência modificassem seus horários de trabalho, depois que seus gerentes resistiram às mudanças.
As reclamações da Divisão de Direitos Humanos são confidenciais. A queixa contra a Amazon busca multas e penalidades civis não especificadas, treinamento aprimorado e novas políticas de condições de trabalho.
As violações podem resultar em multas de até 50 mil ou 100 mil dólares por conduta intencional. O lucro da Amazon foi de US$ 33,4 bilhões em 2021.