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    Balança comercial do país seguirá em superávit mesmo com lockdown na China, diz FGV

    Novas restrições contra a Covid-19 no país asiático, no entanto, podem frear crescimento das exportações brasileiras

    Rayane Rochada CNN , Rio de Janeiro

    O confinamento imposto pelo governo chinês à população local, para tentar frear os surtos de Covid-19, não deve gerar grandes impactos no comércio exterior do Brasil. No entanto, as restrições podem reduzir o ritmo de crescimento das exportações.

    É o que apontam os novos dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) nesta quarta-feira (18).

    Apesar do cenário, a FGV chama a atenção para os efeitos gerados pelo isolamento do maior parceiro comercial brasileiro.

    “O lockdown adotado pela China para conter a pandemia ajuda a intensificar as pressões inflacionárias no mundo. Ao mesmo tempo, a redução do crescimento da China pode reduzir o crescimento das exportações brasileiras, mas não a ponto de ser observada uma queda nas vendas externas para esse país, em valor”, destaca a instituição em nota do Icomex.

    Frente a esse cenário, a equipe técnica que elabora o indicador avalia que a balança comercial brasileira não vai sofrer perdas com o lockdown e deve se manter em superávit.

    Isto é, o país seguirá registrando mais exportações do que importações para o gigante asiático, portanto, vendendo mais do que comprando.

    “O superávit comercial com a China reduziu de US$ 13,4 bilhões para US$ 10,4 bilhões, enquanto o do Brasil aumentou de US$ 18 bilhões para US$ 20,2 bilhões, na comparação do 1º quadrimestre de 2021 e o de 2022”, destaca a FGV.

    “O saldo com a China explicou 52% do superávit comercial. Mesmo com a retração do crescimento chinês, o país deverá manter a sua posição de liderança no comércio exterior brasileiro”, explica a nota.

    No período de um ano, entre abril de 2021 a 2022, em valores, as exportações cresceram 10,7% e as importações subiram 29%. Essa variação nos itens importados é justificada pela alta dos preços, que subiram 35,4%.

    Nos produtos exportados, a alta foi de 21,1%. Em relação aos volumes negociados, tanto exportações quanto importações registraram queda no período.

    O volume das exportações para a China recuou em 9,6%.

    No entanto, em todos os outros mercados analisados, o Brasil registrou um aumento.

    Para os Estados Unidos, houve 7,7% de crescimento e para a União Europeia, 10,2%. Na América do Sul, o acréscimo foi de 6,7% só na Argentina e de 15,9% para os demais vizinhos.

    Além da situação chinesa, o conflito entre Ucrânia e Rússia, no Leste Europeu, também tem impactado os custos.

    Os preços de bens intermediários da agropecuária, ou seja, bens manufaturados ou matérias-primas, são um exemplo disso.

    Esses valores já vinham em disparada desde o ano passado. Na época, a oferta de fertilizantes russos ainda não estava comprometida. No entanto, o FGV Ibre alerta que, com a guerra, a alta dos preços tende a perdurar pelos próximos meses.

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