Dólar cai 2,14% e encerra abaixo dos R$ 5; Ibovespa sobe
Moeda norte-americana tem maior desvalorização diária em quase 10 meses; principal índice da bolsa fechou o dia com ganhos de 0,51%, aos 108.789,33 pontos
O dólar fechou em queda de 2,14%, cotado a R$ 4,942, nesta terça-feira (17). Foi a maior queda percentual diária desde 24 de julho de 2021. Desde 4 de maio que a moeda não ficava abaixo dos R$ 5.
Neste pregão, a moeda seguiu o desempenho no exterior em meio a um otimismo do mercado sobre um possível fim nos lockdowns na China ao longo das próximas semanas. O real liderou os ganhos entre as principais divisas mundiais nesta terça-feira.
Já o Ibovespa subiu 0,51%, aos 108.789,33 pontos, após refletir a redução de aversão a riscos dos investidores. Esta é a quinta alta seguida no mercado de ações brasileiro. O setor financeiro destacou-se como a maior influência para o avanço do índice, com destaque para alta de Bradesco.
O grupo de saúde Hapvida desabou na ponta contrária, assim como o Magazine Luiza, ambos após resultados do primeiro trimestre.
Em Xangai, polo econômico chinês, a previsão é encerrar as restrições até o fim de maio, com autoridades afirmando que o novo surto de Covid-19 foi controlado. A reabertura permitiria uma recuperação da economia chinesa, retomando níveis de produção e de exportação e importação, e reduzindo o risco de uma recessão global.
A retomada favorece em especial países fornecedores de matérias-primas para a China. É o caso do Brasil, que é um grande exportador de commodities, entre elas o minério de ferro, e que tende a ser beneficiado pela alta nos preços desses produtos conforme a demanda chinesa aumenta.
O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022 – movimento que acontece desde 6 de maio. Especialistas entrevistados pelo CNN Brasil Business apontam que o operação do BC pode ajudar a dar liquidez na moeda.
Na segunda-feira (16), o dólar recuou 0,14%, a R$ 5,050. Já o Ibovespa teve alta de 1,22%, aos 108.232,74 pontos.
Pessimismo global
O instigador mais recente da aversão global a riscos foi a alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Junto com uma série de elevações de juros pelo mundo, os lockdowns na China para tentar conter a Covid-19 aumentaram as projeções de uma forte desaceleração econômica, prejudicando os mercados.
O crescimento das exportações chinesas chegou a desacelerar a um dígito, nível mais fraco em quase dois anos, enquanto as importações mal mudaram em abril, ampliando as preocupações econômicas.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:
Maiores altas
- Locaweb (LWSA3) +11,15%;
- Cogna (COGN3) +5,86%;
- Ecorodovias (ECOR3) +5,10%;
- Ultrapar (UGPA3) +4,73%;
- Yduqs (YDUQ3) +4,34%
Maiores baixas
- Hapvida (HAPV3) -17,09%;
- Magazine Luiza (MGLU3) -11,46%;
- IRB Brasil (IRBR3) -7,89%;
- Americanas (AMER3) -2,70%;
- PetroRio (PRIO3) -2%
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*Com informações da Reuters