Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    BC aumenta estimativas para inflação em 2024 e 2025 com pressões domésticas e globais

    Copom decidiu nesta quarta-feira (8) por desacelerar ritmo de corte dos juros, a 0,25 ponto

    João Nakamurada CNN , São Paulo

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou nesta quarta-feira (8) suas estimativas para a inflação em 2024 e 2025, respectivamente a 3,8% e 3,3%.

    Em seu último encontro, em março, o Copom havia definido suas projeções em 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025.

    A reunião desta quarta-feira era amplamente aguardada pelo mercado financeiro, uma vez que o BC vinha cada vez mais indicando adotar uma postura de cautela frente à incertezas no cenário doméstico e exterior.

    O mercado de trabalho aquecido no Brasil, em específico, era apontado como uma das pressões inflacionários observadas de perto pela autarquia.

    “Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado maior dinamismo do que o esperado. A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, ponderou o Copom em comunicado referente à reunião desta quarta.

    Além da pressão interna, o BC destacou que há risco para alta da inflação ligado à persistência de incertezas no exterior.

    O foco se volta principalmente para os Estados Unidos, onde dados econômicos que indicam para um economia e inflação ainda resilientes vêm pressionando contra o início do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).

    A meta de inflação do Fed é de 2% ao ano. E após seu indicador favorito, o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE), ter chegado a média de 1,9% no 2º semestre de 2023; o núcleo voltou a acelerar nos primeiros três meses de 2024 à média de 4,4%.

    “O ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente referente ao início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos e à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países”, afirmou o Copom no comunicado.

    “Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho.”

    Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária decidiu por desacelerar o ritmo dos cortes da taxa Selic para 0,25 ponto, de modo que ela caiu para 10,50%.

    A redução já vinha sendo antecipada no mercado financeiro. Nesta segunda-feira (6), economistas consultados para o boletim Focus do BC previam o corte menor.

    “O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, reforçou o comunicado.

    Segundo o boletim Focus, as expectativas médias de inflação do mercado para 2024 e 2025 encontram-se em 3,7% e 3,6%, respectivamente.

    Tópicos