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    Aquecimento global dobra probabilidade de inundações na África do Sul, diz estudo

    Inundações repentinas na cidade de Durban, na costa Leste, mataram 435 pessoas em abril

    Tim Cocksda Reuters

    O aquecimento global tornou as fortes chuvas por trás das enchentes devastadoras da África do Sul no mês passado duas vezes mais prováveis em comparação com um cenário sem as emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta, disseram cientistas nesta sexta-feira (13).

    Inundações repentinas na cidade de Durban, na costa Leste, mataram 435 pessoas, deixaram dezenas de milhares de desabrigados e causaram 10 bilhões de rands (US$ 621,73 milhões) em danos a estradas, linhas de energia, tubulações de água e um dos portos mais movimentados da África.

    O grupo World Weather Attribution analisou dados meteorológicos e simulações digitais para comparar o clima de hoje com o de antes da revolução industrial no final de 1800, quando o mundo estava cerca de 1,2°C mais frio.

    “Os resultados mostraram que um episódio de chuvas extremas como este agora pode acontecer cerca de uma vez a cada 20 anos”, disse um relatório sobre o estudo.

    “Sem o aquecimento global causado pelo homem, esse evento só aconteceria uma vez a cada 40 anos, então se tornou cerca de duas vezes mais comum como resultado das emissões de gases de efeito estufa”.

    O relatório acrescenta que, quando ocorrem chuvas extremas, pode-se esperar que sejam 4 a 8% mais intensas do que se não tivesse ocorrido nenhum aquecimento global induzido pelo homem.

    Atribuir eventos climáticos específicos às mudanças climáticas é um contexto que lida com probabilidades, nunca com certezas. Mas a coautora Friederike Otto, do Imperial College, de Londres, disse que o estudo examinou dados da região mais ampla, não apenas de Durban.

    “Olhar para a região ampliada é realmente uma maneira muito significativa de avaliar o impacto das mudanças climáticas. [O estudo] significa que, em qualquer ano, há uma probabilidade de 5% de tal evento ocorrer”, disse ela em entrevista à imprensa, contra 2,5% na ausência de aquecimento global.

    A costa Sudeste da África está na linha de frente dos sistemas climáticos marítimos que as mudanças climáticas estão tornando mais inóspitos, dizem os cientistas. O vizinho tropical do Norte da África do Sul, Moçambique, sofreu vários ciclones e inundações na última década, incluindo uma em abril que matou mais de 50 pessoas.

    “Os padrões que vemos no Sul da África são consistentes com o que estamos vendo em outras partes do mundo”, disse Jasper Knight, geocientista da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, que não esteve envolvido no estudo, à Reuters.

    “Isso confirma que a mudança climática é real, está acontecendo agora e está afetando os mais vulneráveis”.

    (Editado por Mark Heinrich)

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