Primeiro presidente da Ucrânia independente morre aos 88 anos
Leonid Kravchuk presidiu o país entre 1991 e 1994; desde 2020, atuava para tentar solucionar o conflito na região do Donbass, no leste ucraniano
Leonid Kravchuk, um ex-político comunista que ajudou a assinar a sentença de morte da União Soviética e depois atuou como primeiro presidente da Ucrânia independente, morreu nesta terça-feira (10), aos 88 anos. Ele presidiu o país entre 1991 e 1994.
O atual presidente, Volodymyr Zelensky, agora liderando a Ucrânia no confronto com as forças invasoras russas, descreveu Kravchuk como um líder sábio que guiou o país nos caóticos primeiros anos de independência do domínio soviético.
“Ele era uma pessoa sempre capaz de encontrar palavras sábias e expressá-las de tal maneira que fossem ouvidas por todos os ucranianos”, disse Zelensky em um discurso.
Kravchuk, disse o presidente, mostrou sabedoria quando o movimento nacional da Ucrânia ganhou força no fim dos anos 1980, culminando em um referendo em dezembro de 1991, no qual mais de 90% dos eleitores escolheram a independência. Kravchuk foi eleito presidente no mesmo dia.
o ex-presidente ficou conhecido como a “raposa astuta” ao subir na hierarquia do Partido Comunista da Ucrânia, assumindo como chefe do Parlamento no que então era uma república soviética em 1990.
Mas ele deixou o partido logo após um golpe fracassado contra o líder soviético Mikhail Gorbachev em agosto de 1991. O Parlamento da Ucrânia adotou uma declaração de independência no mesmo mês.
Em dezembro de 1991, ele assinou os acordos de Belovezha com o presidente russo Boris Yeltsin e o líder belarusso Stanislav Shushkevich que efetivamente desencadearam o colapso da União Soviética.
Desde 28 de julho de 2020, Kravchuk dirigiu a delegação ucraniana no grupo de trabalho destinado a tentar solucionar o conflito na região do Donbass, no leste do país.
Em junho de 2021, o ex-presidente foi submetido a uma operação ao coração e ficou em coma, sendo, posteriormente, internado em uma clínica na Alemanha para reabilitação, informou a agência russa “Tass”. Em 2017, passou por um procedimento para colocação de uma endoprótese flexível na artéria carótida.
(Com informações da CNN Portugal)