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    EUA perguntaram se Petrobras poderia aumentar a produção de petróleo; empresa disse não

    Washington vem fazendo um amplo esforço diplomático para garantir o fornecimento global de petróleo e manter os preços sob controle após a invasão da Ucrânia por Moscou

    Reuters

    Autoridades do governo dos EUA perguntaram em março à estatal brasileira Petrobras se ela poderia aumentar a produção de petróleo depois que a invasão da Ucrânia pela Rússia elevou os preços globais, disseram três pessoas com conhecimento do assunto à Reuters.

    Eles voltaram de mãos vazias, disseram as fontes.

    Funcionários da Petrobras, formalmente Petróleo Brasileiro SA, disseram que os níveis de produção eram uma função da estratégia de negócios e não da diplomacia e também que um aumento significativo da produção de curto prazo não seria logisticamente possível, disseram as fontes.

    “Estamos fazendo todo o possível com nossos aliados e parceiros para mitigar os impactos econômicos das ações russas em outras economias como o Brasil”, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA em comunicado à Reuters.

    “Estamos trabalhando com empresas de energia para aumentar sua capacidade de fornecer energia ao mercado, principalmente à medida que os preços aumentam.”

    O porta-voz não elaborou ou comentou especificamente sobre a reunião de março com funcionários da Petrobras.

    A Petrobras negou em comunicado que tenha ocorrido qualquer reunião com “representantes do Departamento de Estado dos EUA”. A empresa não respondeu a um pedido de comentário quando perguntado se havia sido contatado por qualquer outra agência do governo dos EUA.

    Em nota, o Ministério de Minas e Energia afirmou que “até dezembro de 2022, a produção de petróleo no Brasil deve ter crescimento de 10% em relação à produção registrada em dezembro de 2021. As demais questões devem ser direcionadas à Petrobras.”

    Washington vem fazendo um amplo esforço diplomático para garantir o fornecimento global de petróleo e manter os preços sob controle após a invasão da Ucrânia por Moscou. Autoridades dos EUA também têm tentado melhorar as relações com o governo de direita do presidente Jair Bolsonaro, apesar das divergências sobre a guerra na Ucrânia e a política ambiental.

    O Brasil é o nono maior produtor de petróleo do mundo.

    Autoridades dos EUA também pediram aos produtores domésticos que aumentem a produção. Em março, a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, disse que o país estava “em pé de guerra”.

    Também em março, autoridades dos EUA viajaram para a Venezuela para suas primeiras conversas bilaterais de alto nível em anos. Os lados discutiram a flexibilização de algumas sanções petrolíferas à Venezuela.

    O ministro de Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, disse à Reuters em abril que se reuniu com Granholm duas vezes para discutir o papel do país sul-americano em manter os preços globais do petróleo sob controle. Poucos detalhes das negociações de governo para governo surgiram anteriormente.

    Durante uma reunião em março, autoridades dos EUA perguntaram à Petrobras se a empresa tinha capacidade para aumentar a produção no curto prazo, segundo fontes do governo dos EUA e da Petrobras, que pediram anonimato para discutir conversas privadas.

    Uma das fontes disse que os contatos iniciais foram feitos entre os governos dos EUA e do Brasil, e funcionários da Petrobras foram consultados em uma reunião de acompanhamento “informal”.

    Os funcionários da Petrobras responderam que tal movimento não estava na mesa devido a objetivos estratégicos e obstáculos logísticos, disseram as três fontes.

    Esses funcionários acrescentaram, no entanto, que a Petrobras estava aumentando a produção de médio prazo como parte de um plano anunciado para adicionar 500.000 barris por dia de produção de petróleo até 2026.

    Os executivos da Petrobras insistem que ela opera independentemente do governo, mas o Estado é de longe seu maior acionista.

    Procurada pela CNN, a Petrobras negou que houve qualquer reunião com órgãos do governo americano.

    Posicionamento

    A Petrobras reforça seu planejamento estratégico 22-26 (PE 22-26) recentemente divulgado. Durante este período, a companhia prevê o início da operação de 15 novos FPSOs (unidades flutuantes de produção, armazenagem e transferência de petróleo).

    A primeira destas 15 unidades, o FPSO Guanabara, já se encontra instalada no Campo de Mero no pré-sal e iniciou a sua produção em 30 de abril de 2022. A capacidade da unidade é de 180 mil barris de óleo, contribuindo já no curto prazo para o incremento da produção, em linha com o divulgado no PE 22-26.Destacamos ainda a contribuição significativa do FPSO Carioca, localizado no Campo de Sépia na Bacia de Santos, com a continuidade do ramp-up dos seus poços, alcançando uma média de produção de mais de 120 mil bpd no primeiro trimestre de 2022 e contribuindo para o aumento da produção do pré-sal. Em 30 de abril, a unidade atingiu a produção de 175 mil barris, recorde diário de uma plataforma do pré-sal. A previsão é que o FPSO Carioca atinja sua capacidade de produção de 180 mil barris por dia este ano.

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