Chuvas no RS não devem atrasar pesquisas para viabilizar nova fronteira petrolífera, diz Petrobras
Estado virou uma das mais novas apostas da Petrobras para exploração de petróleo em alto-mar
As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul não devem afetar a pesquisa petrolífera que a Petrobras vem fazendo no seu alto-mar.
O estado virou uma das mais novas apostas da Petrobras para exploração de petróleo em alto-mar. A chamada “bacia de Pelotas” se tornou novo foco de atenção da estatal e do setor em meio a necessidade de ampliação no médio prazo da produção e às dificuldades de se obter licença ambiental pelo Ibama para explorar a bacia da Foz do Amazonas, no Amapá.
O plano pode ser viabilizado por dois motivos. A semelhança geofísica com a bacia do Orange, na Namíbia, onde foi localizado petróleo; e o interesse demonstrado por grandes petroleiras mundiais em explorar a região.
“É uma bacia muito parecida com a da Namíbia, o que gera otimismo entre nós. Agora vamos fazer os estudos sísmicos para verificar se há petróleo”, disse a CNN Joelson Mendes, diretor de Exploração e Produção da Petrobras.
Ele participa nesta semana junto com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e da diretoria da estatal da Offshore Technology Conference (OTC), maior conferência mundial da indústria de petróleo e gás em águas profundas.
Questionado se as chuvas que atingem o estado podem prejudicar a pesquisa, ele disse: “Não. A sísmica é toda feita por embarcações em águas profundas”.
Na feira, representantes do setor relataram a CNN que o fato de a Shell ter arrematado com a Petrobras parte dos blocos de concessão é um sinal de que a bacia de Pelotas é promissora. Em dezembro, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) fez um leilão e a Petrobras adquiriu 29 blocos da bacia, parte deles em consórcio com a Shell. A companhia chinesa CNOOC também adquiriu uma parte.
Segundo a ANP, os primeiros poços perfurados na região foram nos anos 1950 e 1960. Mas não foi encontrado petróleo. Depois, nos anos 1970, mais poços foram perfurados e de novo não foram identificados indícios consistentes de petróleo. Nos anos 1990, a ANP constatou que não houve indícios “significativos de hidrocarbonetos”.