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    Cinco regras de etiqueta respiratória que devemos manter, segundo especialistas

    Medidas incluem uma série de ações que reduzem os riscos da transmissão da Covid-19 e de outras doenças respiratórias

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    A pandemia de Covid-19 trouxe novos hábitos para sociedades em todo o mundo. O uso de máscaras em ambientes como o transporte público, comum em locais como a China e o Japão, passou a ser adotado por diversos países com o objetivo de conter a circulação do coronavírus.

    Além da proteção facial, reforçamos medidas de higiene como a lavagem das mãos, o uso de álcool gel e a limpeza de compras e produtos do supermercado. A etiqueta respiratória inclui uma série de ações que reduzem os riscos da transmissão da Covid-19 e de outras doenças como a gripe e resfriados.

    “As medidas não farmacológicas foram fundamentais durante a pandemia até que a vacina surgisse. Só que elas ganharam uma conotação de restrição, ao mesmo tempo em que vivíamos medos e angústias. Dá para entender que todos tenhamos ficado ansiosos pela liberação dessas restrições”, diz a pesquisadora em saúde Chrystina Barros, membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    Os números de novos casos e mortes por Covid-19 vêm caindo desde o início do ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) –apesar de um aumento na semana passada em relação aos sete dias anteriores.

    Com a melhoria dos indicadores na comparação com o ano passado, diversos países têm flexibilizado medidas de prevenção contra a Covid-19, como a desobrigação do uso de máscaras.

    No entanto, especialistas ressaltam que, apesar dos índices positivos, alguns hábitos adquiridos durante a pandemia devem ser mantidos, com o objetivo de reduzir a incidência das doenças respiratórias.

    1. Utilizar máscara se estiver com sintomas respiratórios

    O uso de máscaras deixou de ser obrigatório em todos os estados e no Distrito Federal. Uma das principais medidas de enfrentamento da pandemia, o item de proteção facial é uma barreira física que reduz as chances de espalhamento do vírus em um ambiente.

    O médico infectologista Álvaro Furtado, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), avalia que o uso de máscara deve ser incorporado ao hábito, especialmente diante da manifestação de sintomas respiratórios.

    “Quando a gente tem algum sintoma gripal ou respiratório deve começar a utilizar máscara até fazer o diagnóstico, para proteger as outras pessoas que estão à nossa volta”, diz Furtado.

    Pessoas usam máscaras em meio à pandemia de Covid-19 nos Estados Unidos
    Pessoas utilizam máscaras em rua nos Estados Unidos/ Estela Aguiar

    2. Higienizar as mãos e objetos com regularidade

    A lavagem das mãos com água e sabão com regularidade previne uma ampla gama de doenças além da Covid-19, incluindo resfriados, conjuntivite, herpes, hepatite A e outras infecções causadas por vírus e bactérias.

    O tempo mínimo ideal para a higienização completa das mãos é de pelo menos 20 segundos. O passo a passo (veja aqui) deve incluir a palma e o dorso das mãos e os espaços entre os dedos, além das unhas e a região dos pulsos.

    “A higienização das mãos deve ser um hábito incorporado no nosso dia a dia: antes de se alimentar, ao chegar da rua, quando manipulamos alguma superfície desconhecida, ou mesmo quando há alguma sujeira nas mãos. Isso deve permanecer, incluindo o uso de álcool em gel”, diz o infectologista.

    O álcool em gel deve ser utilizado como recurso adicional, quando não há possibilidade de lavar as mãos. Quando as mãos estiverem visivelmente sujas, deve-se procurar lavar com água e sabão.

    O hábito de higienizar objetos de uso pessoal, como o celular e brinquedos infantis, também deve ser mantido.

    “A higienização de mãos foi um hábito intensificado durante a pandemia que reduziu os casos de conjuntivite. Lavar as mãos é um hábito que tem que ser mantido sempre”, completa Chrystina.

    Mulher colocando álcool em gel na mão
    Coronavírus aumentou a demanda por álcool em gel / Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    3. Trabalhar de casa

    Assim como as máscaras passaram a fazer parte do contexto do transporte público, os especialistas recomendam que o trabalho de casa, conhecido como home office, seja adotado diante de sintomas respiratórios.

    Uma portaria dos ministérios da Saúde e do Trabalho e Previdência, publicada no dia 1º de março, flexibilizou o uso de máscaras nos locais de trabalho. A medida considerou os indicadores da pandemia no país e a desobrigação por estados e municípios da proteção facial em espaços abertos e fechados.

    “Uma pessoa com tosse, espirro e outros sintomas que não foi testada deve trabalhar em casa, mas prioritariamente deve ser testada, porque existem muitos outros vírus respiratórios que têm sintomas parecidos com o vírus da Covid-19″, diz Furtado.

    Episódio de Explosão Digital S/A aborda desafios e vantagens do home office
    Home office aumentou durante a pandemia / Foto: CNN Brasil

    4. Evitar contato físico e compartilhamento de objetos pessoais

    Uma das formas de transmissão de vírus respiratórios é por meio do contato das mãos contaminadas com olhos, boca e nariz. O médico Diego Ramos, pneumologista da Medicina Interna Personalizada (MIP), afirma que, além da higienização das mãos, não deve-se tocar o rosto enquanto estiver na rua, além de evitar abraços, beijos e apertos de mãos.

    O especialista recomenda ainda que as pessoas mantenham o distanciamento de pelo menos um metro ao tossir ou espirrar. “É importante cobrir o nariz e a boca com lenço de papel descartável ou com o antebraço ao tossir ou espirrar, para evitar o espalhamento de partículas virais pelo ambiente, reduzindo as chances de contaminação de outras pessoas”, afirma.

    “É saudável que pessoas falem e se mantenham com alguma distância interpessoal. Isso vale não apenas para as questões físicas, mas até mesmo para as questões psíquicas, é um espaço que a gente precisa para ter conforto em conversar com o outro. Ao mesmo tempo, a gente entende que isso traduz muito o nosso hábito da cultura do abraço e do beijo”, complementa Chrystina.

    A especialista também afirma que deve-se evitar compartilhar objetos de uso pessoal. “Tudo isso faz parte de um conjunto de regras sanitárias que nos ajudam a evitar disseminar e contrair doenças”, diz.

    5. Evitar aglomerações

    O avanço da vacinação e a redução no número de casos e de óbitos provocados pelo coronavírus permitiu a reabertura de espaços como teatros e cinemas e a retomada de grandes eventos, como festivais e congressos. Embora boa parte das atividades exija o comprovante de vacinação, os especialistas recomendam cautela principalmente para quem apresenta sinais respiratórios.

    “O inverno é o momento crítico para infecções respiratórias, não só pela Covid-19, mas por outros vírus respiratórios que também podem ser graves em algumas populações, como crianças, gestantes, idosos e imunossuprimidos”, alerta a infectologista Carla Kobayashi, do Hospital Sírio-Libanês.

    O infectologista Álvaro Furtado afirma que a manutenção das medidas de etiqueta respiratória contribui para a proteção principalmente de pessoas que apresentam o sistema imunológico enfraquecido, como imunossuprimidos, idosos, pessoas vivendo com HIV descontrolado, transplantados e pacientes com câncer.

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