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    ArcelorMittal Brasil tem resultado recorde em 2021

    Unidade brasileira registrou lucro líquido de R$ 12,8 bilhões em 2021; geração de caixa somou R$ 20,2 bilhões

    da Reuters

    A ArcelorMittal Brasil teve lucro mais que 10 vezes maior em 2021, impulsionada pela demanda por aço no país, além da alta dos preços da liga no mercado internacional e do câmbio favorável, mas estima arrefecimento neste ano em meio a uma prevista acomodação no consumo nacional.

    A unidade, que representou no ano passado 22% dos resultados operacionais do grupo siderúrgico global ArcelorMittal, teve lucro líquido de R$ 12,8 bilhões em 2021. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 20,2 bilhões, quase quatro vezes acima do desempenho de 2020. A margem subiu de 15% para 29%.

    Como comparação, a Gerdau, que atua nos mesmos segmentos de aços longos e planos que a ArcelorMittal Brasil, teve lucro líquido de R$ 15,6 bilhões no ano passado, um salto de 552% sobre 2020, quando a indústria nacional sofreu durante meses o impacto das medidas de isolamento social.

    “Neste ano certamente o mercado interno vai se acomodar”, disse o presidente da ArcelorMittal Brasil e presidente da ArcelorMittal Aços Longos para América Latina, Jefferson De Paula, evitando fazer projeções por conta da proximidade da divulgação de resultados de primeiro trimestre da matriz, prevista para 5 de maio.

    “Difícil acertar um número de previsão diante de fatores como eleição, guerra na Ucrânia e China. Mas consideramos um mercado neutro, talvez um pouco negativo”, disse.

    Em 2021, segundo dados do Aço Brasil, o consumo aparente, a soma de vendas de aço produzido no país mais importações, subiu 23,5%, a 26,5 milhões de toneladas. Para este ano, a entidade manteve esta semana perspectiva de alta de 1,5%.

    Apesar disso, De Paula afirmou que a ArcelorMittal Brasil avalia com otimismo as perspectivas de médio prazo do mercado brasileiro, com crescimento na demanda por aço puxado por segmentos que incluem o agropecuária e construção civil.

    A empresa programa investimentos R$ 7,6 bilhões para os próximos três anos no país, focados em atendimento do mercado interno e melhoria na qualidade do mix de produtos, que incluem aços para o setor automotivo. O plano de investimento é o maior em desenvolvimento no setor no país, segundo a companhia.

    A média anual do investimento previsto pela ArcelorMittal Brasil, de cerca de R$ 2,5 bilhões, é ligeiramente maior que os R$ 2,1 bilhões aplicados pela companhia no Brasil em 2021.

    “A ideia é acelerar para produzirmos aço de maior qualidade”, disse De Paula. Os planos incluem a instalação de novos equipamentos que vão aumentar em 37,5% a capacidade da usina de aços especiais em São Francisco do Sul (SC), para 2,2 milhões de toneladas por ano, e a duplicação da capacidade da usina em Monlevade (MG), também para 2,2 milhões de toneladas anuais.

    A empresa reativou em janeiro o terceiro laminador da usina de Monlevade e o equipamento, que estava parado desde a montagem em 2015, atingiu nesta semana 100% da capacidade de produção diária, disse De Paula.

    Segundo o executivo, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para 35% pelo governo federal deve incrementar a demanda por aço no Brasil nos próximos meses, “gerando efeitos já neste ano”, mas ele evitou fazer projeções.

    O grupo tem uma grande usina siderúrgica integrada na Ucrânia, que está parada desde o início de março, após a invasão do país pela Rússia. Mas De Paula afirmou que o foco do investimento no Brasil segue no mercado interno, ao ser questionado sobre eventualidade da unidade brasileira poder suprir parte da produção paralisada da usina ucraniana.

    Sobre a Argentina, onde a companhia produz cerca de 1 milhão de toneladas de aço por ano, De Paula afirmou que a situação é difícil diante do quadro de inflação que supera 50% ao ano. Apesar disso, o executivo afirmou que o país deve registrar em 2022 novo crescimento no consumo de aço, após alta em 2021, puxado pela demanda do setor da construção civil.

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