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    Chefe da ONU pede que corredores de evacuação sejam abertos em Mariupol

    António Guterres se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta quinta-feira (28); secretário-geral encontrou Vladimir Putin na terça (26)

    Zahid Mahmoodda CNN

    O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu nesta quinta-feira (28) a abertura de corredores de evacuação na cidade ucraniana de Mariupol, dizendo que ela é uma “crise dentro de uma crise”.

    “Hoje o povo de Mariupol precisa desesperadamente de tal abordagem. Mariupol é uma crise dentro de uma crise”, afirmou Guterres em Kiev, falando em entrevista coletiva ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

    “Milhares de civis precisam de assistência para salvar vidas. Muitos são idosos que precisam de cuidados médicos ou têm mobilidade limitada, precisam de uma rota de fuga do apocalipse”, acrescentou.

    O chefe da ONU se reuniu com Zelensky e o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, nesta quinta. Na terça-feira (26), ele visitou Moscou, onde se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

    Guterres citou o encontro com Putin e disse que o chefe de Estado concordou “em princípio” com o envolvimento das Nações Unidas e do comitê internacional da Cruz Vermelha na retirada de civis na siderúrgica Azovstal de Mariupol.

    Ele acrescentou que teve “intensas discussões” com Zelensky para tornar realidade a evacuação de Mariupol.

    Em uma mensagem ao povo ucraniano, Guterres destacou que queria que eles soubessem que “o mundo vê, ouve e admira sua resiliência e determinação”.

    “Também sei que palavras de solidariedade não são suficientes. Estou aqui para focar nas necessidades locais e aumentar as operações”, continuou.

    Ele adicionou que o Conselho de Segurança da ONU “não fez tudo ao seu alcance para prevenir e acabar com esta guerra” e que o fracasso é “uma fonte de grande decepção, frustração e raiva”.

    Zelensky, por sua vez, disse acreditar que a missão do secretário-geral da ONU seria eficaz na evacuação de civis em Mariupol.

    “É importante que o secretário tenha levantado a questão da evacuação de civis de Mariupol”, pontuou. “A Ucrânia está pronta para ter negociações imediatas sobre a saída de pessoas da usina siderúrgica, bem como para garantir que a implementação de quaisquer acordos a serem alcançado.”

    [cnn_galeria active=”false” id_galeria=”750714″ title_galeria=”Soldados ucranianos se preparam contra russos na linha de frente do Donbass”/]

    Mais cedo, o chefe da ONU visitou a cidade de Borodianka e “expressou sua tristeza ao ver os prédios destruídos lá”, segundo o porta-voz adjunto do secretário-geral Farhan Haq.

    “Ele afirmou que a guerra é um absurdo no século 21. A guerra é má. E quando vemos essas situações, é claro que nosso coração fica com as vítimas”, finalizou Haq.

    Zelensky: mísseis atingiram Kiev durante visita de Guterres

    Autoridades ucranianas condenaram o ataque com mísseis da Rússia a Kiev nesta quinta-feira, que ocorreu enquanto o secretário-geral das Nações Unidas, terminava a visita à capital ucraniana.

    O presidente Volodymyr Zelensky, em sua mensagem diária por vídeo, disse que “hoje, imediatamente após o término de nossas conversas [com Guterres] em Kiev, mísseis russos voaram para a cidade. Cinco mísseis”.

    “Isso diz muito sobre a verdadeira atitude da Rússia em relação às instituições globais , sobre os esforços da liderança russa para humilhar a ONU e tudo o que a organização representa. E, portanto, requer uma resposta apropriada e poderosa”, acrescentou.

    “Os ataques com mísseis pela Rússia na Ucrânia – em Kiev, Fastiv, Odesa, Khmelnytskyi e outras cidades – provam mais uma vez que não se pode relaxar ainda, não se pode pensar que a guerra acabou. Ainda precisamos lutar, precisamos expulsar os ocupantes “, complementou Zelensky.

    O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, escreveu em um tweet que “durante a reunião com Guterres em Kiev, ouvimos explosões. A Rússia lançou um ataque com mísseis na capital. Estou certo de que tal comportamento desafiador do ocupante será devidamente avaliado pelo Secretário-Geral da ONU. A guerra na Ucrânia é um ataque à segurança mundial!”.

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