Governo central tem déficit primário de R$ 6,3 bi em março, diz Tesouro
Resultado de março foi composto por um superávit de R$ 13,9 bilhões do Tesouro Nacional, além de rombos de R$ 20,2 bilhões nas contas da Previdência e de R$ 54 milhões no BC
O governo central, que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um déficit primário de R$ 6,304 bilhões em março, divulgou o Tesouro nesta quinta-feira.
O dado veio melhor que a projeção do mercado, de déficit de R$ 13,6 bilhões, segundo pesquisa Reuters com analistas. No entanto, o número ficou abaixo do registrado no mesmo mês de 2021, quando houve superávit de R$ 2 bilhões.
O resultado de março foi composto por um superávit de R$ 13,9 bilhões do Tesouro Nacional, além de rombos de R$ 20,2 bilhões nas contas da Previdência e de R$ 54 milhões no Banco Central.
No mês, a receita líquida do governo teve alta real de 6,7%, na comparação com março de 2021, a R$ 140,4 bilhões.
O número reflete uma alta real na arrecadação, de 6,9%, divulgada nesta quinta-feira pela Receita Federal, sob impacto de ganhos com royalties de petróleo e ajustes feitos por empresas referentes ao exercício de 2021.
A despesa total no mês, por sua vez, cresceu 13,5% acima da inflação, para R$ 146,7 bilhões.
Houve aumento de 262,1% nos gastos com abono e seguro desemprego, na comparação com março de 2021, atingindo R$ 16,0 bilhões. Subsídios e subvenções aumentaram 141,2%, a 148 milhões. Também houve crescimento na despesa com o Fundeb (fundo para educação), salto de 48,6%, indo a R$ 1,8 bilhão.
Por outro lado, o gasto do governo com pessoal e encargos pessoal caiu 8,1% no mês, para R$ 25,2 bilhões.
No acumulado dos três primeiros meses do ano, há um superávit nas contas públicas de R$ 49,627 bilhões, contra saldo positivo de R$ 24,205 bilhões em igual período de 2021.
Em 12 meses, as contas acumulam um déficit primário de R$ 15,5 bilhões pela série corrigida pela inflação, equivalente a 0,17% do Produto Interno Bruto (PIB).
No fim de março, o governo revisou suas projeções para o resultado fiscal deste ano, melhorando a estimativa para um rombo de R$ 66,9 bilhões. A meta fiscal de 2022 é de déficit de R$ 170,5 bilhões, mas orçamento deste ano foi aprovado com a previsão de um rombo menor, de R$ 76,2 bilhões.