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    Credit Suisse eleva projeções para alta do IPCA a 8,3% em 2022 e 4,6% em 2023

    Objetivos são de 3,5% para este ano e 3,25% para o próximo, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos

    Luana Maria Beneditoda Reuters

    O Credit Suisse aumentou suas expectativas para a inflação ao consumidor do Brasil a 8,3% neste ano e 4,6% no próximo, citando surpresas sucessivas em relação à disseminação da alta dos preços e previsão de um ambiente internacional mais desafiador.

    Anteriormente, o banco privado estimava que o IPCA subiria 7,8% em 2022 e 4,4% em 2023, projeções que já superavam o centro das metas oficiais para os períodos. Os objetivos são de 3,5% para este ano e 3,25% para o próximo, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

    “Os gargalos globais devem aumentar ainda mais os preços dos bens industriais neste ano, a pressão sobre os custos dos combustíveis e alimentos está mais forte do que nossa expectativa anterior e a inflação de serviços no próximo ano deverá ter um impacto mais forte na inércia”, disse o Credit Suisse em relatório assinado por Solange Srour, Lucas Vilela e Rafael Castilho.

    “Além disso, choques globais devido ao conflito ucraniano e à variante Ômicron na Ásia adicionam sal à ferida, criando um cenário ainda mais desafiador para a inflação do país”, afirmaram.

    “Nós temos falado sobre como o cenário de inflação no país é desafiador e, mesmo assim, continuamos sendo surpreendidos pelas pressões inflacionárias generalizadas”, acrescentaram, prevendo que o processo desinflacionário será “longo e custoso”.

    No fim de março, o Credit Suisse havia aumentado sua projeção para o patamar da taxa Selic ao fim deste ano a 14%, um dos prognósticos mais elevados entre as principais instituições financeiras. Na época, o banco privado dissera que o aperto monetário expressivo precisaria ser promovido para compensar o cenário de inflação desafiador.

    A revisão do Credit Suisse nas leituras de inflação ao consumidor deste ano e do próximo veio depois de o IBGE divulgar, mais cedo, a maior alta do IPCA-15 para um mês de abril desde 1995.

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