Resultado do IPCA-15 foi esperado e inflação deve desacelerar, avalia economista
À CNN Rádio, André Braz ponderou, no entanto, que há vários desafios econômicos no radar e que desaceleração não deve durar muito tempo
O IPCA-15, que é considerado a “prévia da inflação”, acelerou a 1,73% em abril. O número é 0,73 ponto percentual maior do que o número de março. O resultado, para o economista e coordenador do IPC do FGV IBRE, André Braz, foi “bem próximo do esperado”, com alimentação e combustíveis puxando o índice.
“Daqui para frente, as variações de combustíveis vão desacelerar e, junto com isso, a energia também vai cair um pouco, porque na segunda quinzena a bandeira escassez hídrica caiu, esses dois efeitos vão contribuir para a desaceleração na inflação a partir dessa segunda quinzena”, avaliou, em entrevista à CNN Rádio.
Ele ressaltou que a contribuição da energia vai ser metade captada no IPCA de abril e outra metade em maio. “De qualquer maneira vão ser contribuições importantes, mas não devem durar muito tempo, as próprias revisões das companhias de energia no valor do quilowatt, tem neutralizado essa queda.”
André Braz afirmou que, além da guerra na Ucrânia, há outros acontecimentos importantes que trazem pressões inflacionárias. “Como o avanço da Covid-19 na China, com paralisação da atividade devido ao lockdown e a inflação persistente no mundo, em especial nos EUA, que, com aumento de juros, desvaloriza a nossa moeda.”
O saldo disso “é a inflação distante da meta em 2022, previsão de 7,7% para a inflação desse ano e persistência inflacionária maior, até no ano que vem pode ser que tenhamos inflação fora da meta.”