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    Tragédia no RS: Parlamentares gaúchos convocam reunião de emergência para discutir ações

    Recursos para o estado e estratégias para salvar vítimas das enchentes são as prioridades do encontro marcado para esta sexta (3)

    Taísa Medeirosda CNN , Brasília

    A comissão externa sobre enchentes do Rio Grande do Sul da Câmara dos Deputados convocou uma reunião emergencial para esta sexta-feira (3), às 9h, na Assembleia Legislativa gaúcha. A intenção é discutir ações de enfrentamento aos danos causados pelas enchentes que assolam os municípios gaúchos. O governador, Eduardo Leite, define como “o maior desastre da história do estado”.

    O intuito do encontro é que as autoridades avaliem soluções para amenizar a destruição gerada pelas enchentes em mais de 130 cidades do Rio Grande do Sul. O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), coordenador do grupo, relata enorme dificuldade com a comunicação no local.

    “Estamos enfrentando uma dificuldade muito grande com a comunicação, com a perda de sinal. É uma outra coisa que precisará ser resolvida com urgência”, afirmou Hattem.

    Apesar dos obstáculos na comunicação, os pedidos de resgate se multiplicam, relata o parlamentar. “A gente tem recebido inúmeros pedidos de pessoas pedindo resgate, em cima de telhados, com helicópteros. É uma situação muito delicada. Encaminhamos, dentro das nossas possibilidades, esses pedidos. O mais importante é evitar que mais pessoas pereçam”, complementou.

    O deputado Afonso Hamm (PP-RS) viajou de carro de Porto Alegre para Santa Maria (RS), onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve, nesta quinta-feira, com comitiva de ministros e autoridades locais para verificar a situação das chuvas e debater estratégias. Porém, com o acúmulo de água nas estradas, o parlamentar não conseguiu chegar ao destino.

    “Muitos trechos obstruídos, mas agora temos que unir e esquecer a questão política. Precisamos de todas as forças”, enfatizou Hamm. A parlamentar Maria do Rosário (PT-RS) também relatou a mesma dificuldade. “Estou vindo da região das ilhas: Ilha do Pavão, Ilha da Pintada, Ilha Grande dos Marinheiros, e foi impossível entrar. Vimos pessoas carregando suas coisas, seus bichos, tentando ir para algum lugar”, relatou.

    O deputado Afonso Hamm defende que o primeiro passo é garantir o salvamento do maior número de pessoas possível. Futuramente, também, acredita ser necessário debater estratégias para reconstrução do estado.

    “Tem também um segundo momento para prorrogar as dívidas, os vencimentos dos agricultores. Metade da colheita da soja está prejudicada, arroz inundado. No agro gaúcho vamos precisar de um socorro, e lá na frente, até uma renegociação para aqueles que precisam”, alertou Hamm.

    Recursos

    Os parlamentares relataram já ter enviado, nas enchentes anteriores, recursos de emendas individuais para o estado. Novos montantes devem ser enviados, porém o tempo entre o empenho e o efetivo pagamento preocupa os congressistas.

    O deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) defende que se debatam estratégias para assegurar rapidamente o recurso para o estado.

    “É sempre bom ter contato para que neste momento não se tenha sensacionalismo, não se venha com discurso vazio de milhões de reais que depois nunca chega. Sabemos como é isso em Brasília, se torna uma burocracia interminável para liberar”, pontua. “É nosso papel pressionar, mas as soluções sempre têm um trâmite, transferência de carimbo, parece proposital, fazer discurso político e depois não atender ninguém”.

    O deputado federal Bibo Nunes (PL-RS) chegou a protocolar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que os parlamentares tenham as emendas disponíveis para uso imediato, em caso de tragédias e catástrofes. “Hoje, uma emenda chega um ano depois da tragédia, que não ajuda nada”.

    O deputado Marcon (PT-RS), coordenador da bancada gaúcha, deve surgerir a liberação do FGTS para trabalhadores de municípios atingidos. A estratégia, porém, não ajudará a todos.

    “Muitos municípios já liberaram antes, nas enchentes recentes, essa possibilidade. Muitos trabalhadores já sacaram seus recursos e não tem mais de onde tirar. Para esses caso, vamos precisar de novas estratégias”, disse Marcon.

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