Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Alemanha vai enviar blindados antiaéreos para a Ucrânia

    Em mudança histórica, Berlim também irá treinar soldados ucranianos

    Renan de SouzaAnna Gabriela Costada CNN , em São Paulo

    A Alemanha concordou, nesta terça-feira (26), em enviar 50 blindados antiaéreos à Ucrânia. O anúncio marca uma mudança de posição histórica na política de defesa alemã, e uma nova fase da assistência militar do ocidente aos ucranianos.

    Ministros da defesa de mais de 40 países se reuniram nesta terça na base aérea de Ramstein, na Alemanha. Eles discutiram como fazer o envio coordenado de equipamentos militares mais tecnológicos e com maior poder de fogo para a Ucrânia, o que pode ser determinante para a batalha que o país enfrenta na região de Donbass.

    No evento, a ministra da defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, anunciou o envio de blindados antiaéreos — chamados Gepard — para Kiev.  “Isso é, exatamente, o que a Ucrânia precisa agora para proteger seu espaço aéreo”, disse ela.

    No total, a Alemanha vai enviar 50 blindados de combate antiaéreo à Ucrânia. Produzido no início da década de 70, o equipamento foi desenvolvido para fornecer proteção às forças armadas alemãs contra aeronaves de voo baixo e helicópteros de combate.

    O armamento — que também pode ser utilizado contra alvos em solo — foi aposentado na Alemanha há cerca de uma década. O entrave para o envio à Ucrânia era como conseguir munição para o antigo sistema. Algo que foi contornado com a ajuda de países que ainda utilizam o equipamento.

    Além dos blindados antiaéreos, os alemães também vão dar treinamento a soldados ucranianos, segundo o anúncio da ministra da defesa.

    Com esse ponto de virada em sua política de defesa, a Alemanha espera por fim à pressão que o governo de Olaf Scholz vinha sofrendo na comunidade internacional para fornecer mais ajuda à Ucrânia.

    Grande aliado de Berlim, os Estados Unidos elogiaram o anúncio. “É importante o que a Alemanha anunciou hoje. Acredito que esses equipamentos vão fornecer uma capacidade real para a Ucrânia”, afirmou o secretário de defesa dos Estados Unidos Lloyd Austin.

    Com o Ocidente enviando cada vez mais equipamentos e longo alcance e maior de fogo para a Ucrânia, a Rússia teme perder o pouco avanço que teve em cerca de dois meses de conflito.

    Dentro do Kremlin, também já há receio sobre o oposto: ataques ucranianos em solo russo. Nesta terça-feira, o ministro da Defesa da Rússia ameaçou utilizar o que chamou de “reposta proporcional” contra a Ucrânia, depois que o Reino Unido defendeu o direito de Kiev de atacar a Rússia.

    Com estratégia e com mais poder de fogo, a Ucrânia demonstrou hoje em Luhansk que está disposta a proteger seu território a qualquer custo.

    Análise:

    O analista de Internacional da CNN, Lourival Sant’Anna, diz que a Otan está começando a ver essa mudança no desdobramento da guerra como uma oportunidade, não mais como um problema ou um desafio difícil de contornar; porque os ucranianos estão fazendo bom uso do armamento que a Otan está fornecendo para a Ucrânia no terreno, e os russos estão tendo um desempenho abaixo da crítica.

    Um vídeo do ministério da Defesa da Rússia traz outro lado da tática ocidental, eles mostram como funciona o sistema mais avançado de combate direto, através de um veículo que lança um míssil de alta precisão, a arma mais moderna que os russos tem para colocar no campo de combate.

    As tropas russas já utilizaram grande parte do equipamento que tinham a disposição, entretanto, em análise ao WW, o analista observou que a produção desses equipamentos vêm, em grande parte, de países ocidentais, principalmente dos Estados Unidos.

    Os russos estão conseguindo se articular melhor, embora ainda não se saiba os resultados dessa nova estratégia.

    Eles aprimoraram a tática, antes saíram sem a cobertura adequada; agora, saem de forma paralela, em dois corredores, depois divergem nos lados. Os russos fazem algo mais coerente com o objetivo da campanha, conforme comenta Lourival Sant’Anna.

    Tópicos