1° de Maio: Centrais mantém apoio a Lula, mas cobram medidas para “reduzir danos”
Saiba quais partidos são mais influentes nas centrais sindicais
As principais centrais sindicais brasileiras chegam ao dia 1° de maio de 2024 com um discurso unificado de manutenção do apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas cobram do governo medidas para “reduzir os danos” causados aos sindicatos após a reforma trabalhista implementada em 2017.
O tradicional evento para celebrar o 1° de maio neste ano foi marcado na Arena Neo Química, em Itaquera (zona leste), pelas oito principais centrais brasileiras: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central, Intersindical e Pública.
As palavras de ordem são modestas e sem potencial para constranger o principal convidado do dia: o presidente Lula.
São elas: emprego decente, menos juros, aposentadoria digna, correção da tabela do Imposto de Renda, valorização do serviço público e salário igual para trabalho de homens e mulheres.
Lideranças sindicais ouvidas pela CNN admitem que a revogação da reforma trabalhista — um tema que rondou a campanha de 2022 — não é uma bandeira factível no cenário atual.
“Não queremos revogar a reforma trabalhista, mas repactua-la e minimizar danos”, disse Ricardo Patah, presidente da UGT e membro da executiva nacional do PSD, partido criado e liderado por Gilberto Kassab.
Ainda segundo Patah, as centrais têm uma “ótima relação” com Lula. “Em 1 ano e 4 meses ele conseguiu conquistas relevantes: a economia está controlada e temos uma política de salário mínimo. Muita coisa andou”, afirmou.
Questionado sobre as demandas da categoria, o presidente da UGT defendeu que se estabeleçam formas de custeios dos sindicatos.
“Todo país tem formas de remunerar a estrutura sindical. O governo anterior e a direita queriam exterminar os sindicatos”, afirmou.
Em linhas gerais, as centrais querem apoio de Lula para uma agenda mais modesta no Congresso do que a revogação da reforma trabalhista.
Pedem que a homologação dos trabalhadores demitidos volte a ser feita obrigatoriamente pelos sindicatos, defendem que a contribuição da assistência sindical seja definida em assembleia e aplicada em folha a todos que não se opõem a ela (quem for contra precisa acionar a entidade, e não inverso, como acontece hoje).
As centrais pregam também o fim do trabalho intermitente, a regulamentação dos motoboys (contribuição para INSS, piso e horários de trabalho definidos) e o empoderamento das negociações coletivas em vez das individuais.
“Não temos como revogar a reforma trabalhista, porque não temos força no Congresso Nacional, mas queremos mexer em pontos dela”, disse Antonio Neto, presidente da CSB.
Sobre Lula, o sindicalista, que é membro da direção nacional do PDT, segue a linha do colega da UGT: “O presidente mantém uma ótima relação com as centrais”.
Secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, que é filiado ao Solidariedade, não destoa dos demais.
Quais os partidos mais influentes nas centrais sindicais:
- CUT – PT
- Força Sindical – Solidariedade
- CSB – PDT
- CTB – PCdoB
- Intersindical – PSOL
- Pública – PT e PSOL
- UGT – PSD
- Nova Central – MDB