Escritório de direitos Humanos da ONU cita evidências de crimes de guerra na Ucrânia
Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, até 20 de abril, foi verificado 5.264 vítimas civis, sendo 2.345 mortos e 2.919 feridos; números serão maiores à medida que dados de Mariupol vierem à tona, aponta ONU
O escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) deu um alarme nesta sexta-feira (22) sobre as crescentes evidências de crimes de guerra na Ucrânia, instando Moscou e Kiev a ordenar aos combatentes que respeitem a lei internacional.
“As forças armadas russas bombardearam indiscriminadamente áreas povoadas, matando civis e destruindo hospitais, escolas e outras infraestruturas civis, ações que podem equivaler a crimes de guerra”, disse o escritório da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Michelle Bachelet
O escritório de direitos humanos da ONU também documentou o que parecia ser o uso de armas pelas forças armadas ucranianas no leste do país causando mortes.
A Rússia, que descreve sua incursão como uma “operação militar especial” para desarmar e “desnazificar” a Ucrânia, nega ter como alvo civis ou cometer tais crimes de guerra.
O ACNUDH disse que desde o início da guerra em 24 de fevereiro até 20 de abril, foi verificado 5.264 vítimas civis, sendo 2.345 mortos e 2.919 feridos.
Destes, 92,3% foram registrados em território controlado pelo governo. Cerca de 7,7% das vítimas foram registradas nas regiões de Donetsk e Luhansk controladas pelas forças armadas russas e grupos armados afiliados, acrescentou.
“Sabemos que os números reais serão muito maiores à medida que os horrores infligidos em áreas de intensos combates, como Mariupol, vierem à tona, disse Bachelet.
“A escala das execuções sumárias de civis em áreas anteriormente ocupadas pelas forças russas também está surgindo. A preservação das evidências e o tratamento decente dos restos mortais devem ser garantidos, assim como o alívio psicológico e outros para as vítimas e seus parentes”, acrescentou.
Durante uma missão a Bucha em 9 de abril, oficiais de direitos humanos da ONU documentaram o assassinato ilegal, inclusive por execução sumária, de cerca de 50 civis, disse.
Eles receberam mais de 300 alegações de assassinatos de civis nas regiões de Kiev, Chernihiv, Kharkiv e Sumy, todas sob o controle das forças armadas russas no final de fevereiro e início de março, acrescentou.
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Soldado ucraniano na linha de frente no Donbass, região leste da Ucrânia. As tropas se preparam para "nova fase" da ofensiva russa na região; veja imagens • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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De acordo com um especialista ouvido pela CNN, a batalha na região pode desencadear o maior conflito entre tropas desde a Segunda Guerra Mundial • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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“Agora podemos dizer que as forças russas iniciaram a batalha de Donbass, para a qual se prepararam há muito tempo”, disse Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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O exército da Ucrânia está se preparando para um novo ataque russo no lado leste do país desde que Moscou retirou suas forças de perto da capital Kiev e do norte ucraniano no final do mês passado • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, confirmou que Moscou está iniciando uma nova etapa do que chamam “operação militar especial”, e disse ter “certeza que este será um momento muito importante” do conflito. • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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Forças ucranianas disparam míssil GRAD contra tropas russas na região do Donbass, em 10 de abril de 2022 • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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Soldado ucraniano com veículo de disparo de míssil GRAD contra tropas russas na região do Donbass; há grande expectativa pelo envio de armas por parte de aliados do Ocidente • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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“Estamos preparados para usar qualquer tipo de equipamento, mas ele precisa ser entregue com muita rapidez. E temos a capacidade de aprender a usar novos equipamentos. Mas precisa ser rápido", disse Zelensky • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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”A artilharia não chegou, e isso faz com que os ucranianos estejam ainda em condições inferiores nesse combate. Os russos têm apoio por terra, mar — Ucrânia não tem mais marinha — e tem duas pontes sob o Estreito de Kerch que ajudam na logística russa”, disse à CNN o professor do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF e pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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O movimento russo pode também tentar “completar o cerco e tomar Odessa e Kherson”, localizadas no sul ucraniano, o que tiraria o acesso da Ucrânia ao mar. “90% dos países que não têm acesso ao mar são pobres”, observou Brustolin • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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Soldados ucranianos na linha de frente no Donbass em 11 de abril de 2022 • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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Soldados ucranianos na linha de frente no Donbass em 11 de abril de 2022 • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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“É por isso que é muito importante para nós não permitirmos que eles se mantenham firmes, porque esta batalha pode influenciar o curso de toda a guerra”, disse Zelensky sobre a batalha em Donbass • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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Soldados ucranianos na linha de frente no Donbass, leste da Ucrânia, em 12de abril de 2022, disparando um projétil de artilharia • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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Bunker ucraniano em Donbass • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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Soldados ucranianos na linha de frente no Donbass em 11 de abril de 2022 • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images
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Tanque na linha de frente no Donbass • Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images