Saiba o que é “poison pill”, mecanismo usado pelo Twitter contra Elon Musk
CEO da Tesla fez uma oferta de US$ 43 bilhões em uma carta ao conselho do Twitter
O Twitter adotou na última sexta-feira (15) um plano de duração limitada de direitos dos acionistas para se proteger da oferta do bilionário Elon Musk.
A estratégia, conhecida como “pílulas venenosas” (ou poison pills, em inglês), funciona como um mecanismo para que os sócios —que tenham receio de perder o controle de uma companhia— dificultem ou, até mesmo, impeçam uma possível aquisição de ações, diz Bruno Insmar, assessor de investimentos da RenovaInvest.
O CEO da Tesla fez uma oferta de US$ 43 bilhões em uma carta ao conselho do Twitter. A proposta foi divulgada em um documento regulatório na quinta-feira (14).
A oferta representa um prêmio de 38% sobre o preço de fechamento em 1º de abril, o último dia de negociação antes de Musk revelar que ele se tornou o maior acionista do Twitter, e de 18% sobre o preço de fechamento de 13 de abril.
Musk sugeriu a possibilidade de uma oferta na qual ele contornaria o conselho do Twitter e faria a proposta diretamente aos acionistas. “Seria totalmente indefensável não colocar essa oferta no voto dos acionistas”, disse em publicação no Twitter.
Taking Twitter private at $54.20 should be up to shareholders, not the board
— Elon Musk (@elonmusk) April 14, 2022
Para a estruturação das poison pills é necessário a criação de cláusulas nos estatutos sociais das empresas de modo a estabelecerem limites de aquisições de ações que cada acionista individualmente possa possuir, explica Tiago Reis, analista da Suno.
Reis destaca também que é comum ver gestores de empresas criando instrumentos que visam evitar a perda de controle da companhia, “com o objetivo de se prolongarem na direção da mesma”.
“Então, é por esse motivo que os acionistas de uma empresa de capital pulverizado deverão ter atenção redobrada quanto às atitudes no management (administradores) do negócio”.
Esse tipo de comportamento é denominado no mercado como oferta hostil de controle (ou hostile takeovers, em inglês).
No Brasil, geralmente, a ativação dessa cláusula acontece quando um acionista compra de 10% a 35% das ações de uma companhia.