PIB da China cresce 4,8% no 1º trimestre de 2022 e supera expectativas
Apesar do bom crescimento no início do ano, a atividade econômica desacelerou nas últimas semanas com a adoção de lockdowns em diversas regiões do país
A economia da China teve um forte início em 2022, registrando uma taxa de crescimento que superou as expectativas. Mas com o país enfrentando um aumento significativo dos indíces de Covid-19 e com dezenas de cidades sob lockdown, os próximos meses podem representar mais desafios.
O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 4,8% nos primeiros três meses do ano em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas do país nesta segunda-feira (18).
O número é maior do que o aumento de 4% registrado pela segunda maior economia do mundo no trimestre anterior, e também superou a taxa de crescimento de 4,4% prevista por economistas ouvidos pela agência Reuters.
O crescimento foi impulsionado por um desempenho econômico surpreendentemente bom em janeiro e fevereiro, com vários indicadores econômicos para esses dois meses superando as previsões dos analistas.
Mas os esforços de Pequim para conter seu pior surto de Covid-19 em dois anos deram um golpe na atividade econômica em março, inclusive em Xangai, centro financeiro e industrial do país. Muitas empresas foram forçadas a suspender operações, incluindo Volkswagen e Tesla e a empresa de tecnologia, como a iPhone Pegatron.
Analistas econômicos estimam que quase um quarto da população da China e 40% da economia estão sendo afetados pelos atuais lockdowns.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, alertou repetidamente na semana passada sobre a ameaça que o aumento dos casos de Covid-19 representa para o crescimento econômico e o emprego. Na semana passada, o premiê prometeu mais cortes nas taxas de juros para impulsionar a economia.
Dias depois, o Banco Popular da China anunciou um corte no índice de reservas obrigatórias – que determina a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter em suas reservas – uma medida destinada a estimular os empréstimos.
O Banco Mundial e alguns bancos de investimento rebaixaram recentemente suas previsões para o crescimento do PIB da China em 2022, citando riscos crescentes da adesão de Pequim às suas rigorosas restrições.
A economia da China cresceu 8,1% em 2021, superando as próprias metas do governo. Mas o ritmo de expansão desacelerou acentuadamente nos últimos meses do ano. O governo estabeleceu sua meta de crescimento para 2022 em cerca de 5,5%, a menor em três décadas.