Em São Paulo, blocos de rua querem fazer Carnaval no segundo semestre
Organizações querem dialogar com a prefeitura da capital para realizar a festa em alguma data nos possíveis meses de setembro, outubro ou novembro
Mais de 300 blocos da cidade de São Paulo querem fazer o Carnaval de rua no segundo semestre deste ano. As organizações querem dialogar com a prefeitura da capital para realizar a festa em alguma data nos possíveis meses de setembro, outubro ou novembro. As informações foram confirmadas para a CNN por Pedro Anacleto, presidente do Ocupa Carnaval de Rua de SP.
A intenção de realizar a festa mais para o final do ano foi expressa por organizações que representam os grupos carnavalescos, em reunião realizada no último sábado (16).
Em entrevista para a CNN, Anacleto informou que os grupos Ocupa, Arrastão dos Blocos e União dos Blocos de Carnaval do Estado de São Paulo (UBCRESP) estão dialogando com outras representações dos blocos e com a prefeitura da capital para viabilizar os festejos na rua.
É esperado que nesta segunda-feira (18), pela manhã, seja protocolada a solicitação para a reunião com a Prefeitura da Cidade de São Paulo para discutir a festa no segundo semestre. Por conta do planejamento necessário e do número de blocos que podem se envolver na ação – mais de 800 -, é necessário planejamento por ambas as partes.
Na última abertura de inscrições para o Carnaval de rua da cidade, em outubro de 2021, foram feitas solicitações de 867 blocos. Segundo a prefeitura, esse é o maior número de inscrições dos conjuntos carnavalescos na história da festa. Desses, 440 foram aprovados para a programação oficial do evento – no entanto, em 2022, a festa foi cancelada por conta do aumento de casos de Covid-19 no início do ano.
As organizações descartaram a realização da festa nos meses de junho ou julho. A expectativa é que o Carnaval, caso ocorra, seja em algum dos meses de setembro, outubro ou novembro.
Em nota, a Prefeitura informou que “reafirma o seu integral apoio ao carnaval dos blocos de rua e a sua disposição para o diálogo permanente com as entidades que os representam”.
“A intenção da Prefeitura e dos demais órgãos públicos envolvidos é encontrar uma alternativa comum que garanta, democraticamente, a realização dos desfiles dos blocos, mas com o planejamento necessário e máxima segurança possível para todos”, continua. “Um evento dessa magnitude, como é de conhecimento público, exige um planejamento grandioso – roteiros, alterações no sistema viário e transporte público, infraestrutura básica, policiamento e serviços médicos, entre outros. É impossível realizar o carnaval de rua sem um grande esforço de organização, que garanta a segurança dos participantes e dos foliões”.
Carnaval extraoficial em Tiradentes
No feriado de Tiradentes, cerca de 30 a 50 blocos de Carnaval devem sair às ruas da capital paulista. A Prefeitura de São Paulo não participa da organização e, mesmo após diálogo com as organizações carnavalescas, não definiu medidas para o feriado, data em que será realizado o desfile das escolas de samba.
Em reuniões entre as agremiações e o poder municipal, o órgão informou que não haverá repressão contra os blocos que decidirem sair pela capital.
Em resposta à CNN, a prefeitura de São Paulo lembrou que o Carnaval foi cancelado neste ano e que “regra específica prevê que, a realização de eventos dos blocos, cordões, bandas e demais manifestações do Carnaval, deverá ser previamente autorizada pelos órgãos competentes por ato específico que conterá informações sobre organizadores, horário, locais e períodos de duração”. O órgão continua: “Além disso, o decreto 49.969/2008, que regulamenta a expedição de alvará de autorização para eventos públicos e temporários, estabelece que esse documento deve ser oficialmente requerido com antecedência mínima de 30 (trinta) dias da data de realização do evento”.