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    Conheça as versões originais da história “Chapeuzinho Vermelho”

    Escritores do século passado suavizaram o conto que retratava cenas de extrema violência

    Giovana Christda CNN

    A história de Chapeuzinho Vermelho foi amplamente difundida a partir da Europa em contos escritos por Charles Perrault e depois pelos Irmãos Grimm. O último, mais popular, ficou conhecida por suavizar os detalhes que originalmente retratavam uma carnificina.

    A narrativa teve origem no norte dos Alpes e apresentava algumas imagens muito cruéis, incluindo cenas de canibalismo. Nelas, a menina era enganada para comer o corpo de sua avó antes de ser morta. Confira as duas versões mais conhecidas — e menos explícitas — da história.

    “Le Petit Chaperon Rouge”, de Charles Perrault

    A primeira versão a ser registrada foi em 1697, fazendo com que a história chegasse à Europa. O escritor francês retirou as imagens fortes que indicavam sexo e canibalismo.

    Na edição de Perrault, um grande nome dos contos de fadas, a avó manda fazer um chapéu vermelho para a menina, que serviu tão bem que ela não tirava, ganhando o apelido de Chapeuzinho Vermelho.

    A mãe pede para a criança levar um bolo e manteiga para a idosa doente e, no caminho para a aldeia vizinha, ela encontra o senhor Lobo, que a faz revelar a localização da casa de sua avó. O animal manda Chapeuzinho seguir pelo caminho mais longo para dar tempo do vilão chegar antes e comer a vovózinha.

    “Ele lançou-se sobre a boa mulher e a devorou num segundo, pois fazia mais de três dias que não comia. Em seguida, fechou a porta e se deitou na cama da avó, à espera de Chapeuzinho Vermelho”, cita a história.

    Depois de um tempo, a criança chega na casa e o Lobo, disfarçado, a convida para deitar na cama com ele. Logo depois, também a devora.

    Alguns estudiosos apontam que essa versão conta uma história sobre estupro, supondo que o Lobo seja um sedutor que vagueia pelos salões franceses pronto para atacar moças desavisadas.

    “Little Red Cap”, Irmãos Grimm

    Em 1857, os escritores Jacob e Wilhelm, consagrados por terem se dedicado ao registro de várias fábulas durante sua carreira, suavizaram ainda mais o conto para passá-los para as crianças em seus livros.

    Na história deles, Chapeuzinho ganha capuz de veludo vermelho e também ganha o apelido por a peça ter servido abem.

    No caminho para levar bolos e uma garrafa de vinho para a avó doente, que duraria por volta de uma hora, encontrou com o Lobo e o avisou sobre o endereço da idosa. Os dois caminharam juntos até que o vilão chamou a atenção de Chapeuzinho para as flores do caminho, que se distraiu para pegar um buquê para a matriarca enquanto o animal corria na frente para chegar na casa.

    Quando se lembrou para onde estava indo, a menina correu para a residência da avó e se deitou com o Lobo disfarçado, que a devorou.

    Um caçador da região que estava passando na frente do local ouviu o animal roncando após as duas refeições e resolveu entrar para ver se a senhora estava bem. Quando viu o vilão dormindo, ao invés de matá-lo, resolveu abrir sua barriga enquanto dormia para tentar salvar as vítimas.

    “Depois de algumas tesouradas, avistou um gorro vermelho. Mais algumas, e a menina pulou fora, gritando: ‘Ah, eu estava tão apavorada! Como estava escuro na barriga do lobo'”, escreveram os Grimm. Os três colocaram pedras no estômago do Lobo que, quando acordou, tentou se levantar e caiu morto pelo peso das rochas.

    No final, a avó come o que a neta tinha levado e se recupera, enquanto Chapeuzinho aprende a nunca mais se desviar do caminho ensinado por adultos.

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