Macron diz mirar abstenções e eleitores de ‘extremos’ para reeleição na França
Expectativa é de que o segundo turno seja acirrado entre o atual presidente francês e a candidata da extrema-direita Marine Le Pen
O líder em exercício da França, Emmanuel Macron, chamou os cidadãos a bloquearem do poder a sua concorrente de extrema-direita Marine Le Pen, quando os dois se enfrentarão na votação do segundo turno presidencial em 24 de Abril.
Em um discurso aos seus apoiadores, Macron disse que “ainda nada está decidido” e comprometeu-se a trabalhar para convencer todos os eleitores, incluindo aqueles que se abstiveram ou votaram em candidatos da extrema-direita e da extrema-esquerda, a votarem nele.
Os franceses foram às urnas neste domingo (10). Segundo as projeções iniciais de institutos de pesquisa, Le Pen deve disputar um segundo turno contra Emmanuel Macron.
Segundo o Instituto Ifop, Macron teria tido 28,6% dos votos e Marine Le Pen 24,4%. As projeções preliminares do Instituto Ipsos indicam 28,1% para Macron e 23,3% para Le Pen. O candidato da extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon teria ficado em terceiro lugar.
A expectativa é de que o segundo turno seja acirrado, com Macron liderando com cerca de 51% dos votos e Le Pen com 49%.
Até o momento, quatro dos candidatos que disputaram o primeiro turno, Jean-Luc Mélenchon, Anna Hidalgo, Valerie Pecresse e Yannick Jadot, declararam oposição à Le Pen neste provável segundo turno.
“Sabemos em quem nunca votaremos… Você não deve apoiar Le Pen… Não deve haver um único voto para Le Pen no segundo turno”, disse Mélenchon em discurso a seus apoiadores. O candidato da extrema-esquerda francesa teria ficado em terceiro lugar, segundo informações iniciais dos centros de pesquisa.
Hidalgo também declarou ser contrária à vitória da representante do Reagrupamento Nacional. “Para que a França não caia no ódio de todos contra todos, peço solenemente que votem em 24 de abril contra a extrema-direita de Marine Le Pen”.
Pecresse, que faz parte da ala conservadora francesa, chegou a citar a relação de Le Pen com o presidente russo para justificar seu apoio a Macron. “A proximidade histórica (de extrema-direita Marine Le Pen) com Vladimir Putin a desacredita de defender os interesses de nosso país nestes tempos trágicos. Sua eleição significaria que a França se tornaria irrelevante no cenário europeu e internacional”.
O também candidato da extrema-direita, Eric Zemmour, apoiou Le Pen para o segundo turno contra Emmanuel Macron. Falando a apoiadores, Zemmour reconheceu diferenças com a candidata, mas afirmou que não tem “dúvidas de quem é o adversário. Por isso peço aos meus apoiadores que votem em Marine Le Pen”.
“União”
A candidata à presidência da França, Marine Le Pen (Reagrupamento Nacional), disse que vai resolver as divisões do país se for eleita presidenta. “Pretendo sem espera costurar as lágrimas que uma França dilacerada sofre e que agora o poder foi capaz de fazer”, disse Le Pen a apoiadores.