BC da Rússia corta taxa básica para 17% e sinaliza mais flexibilização
Movimento reflete uma mudança no equilíbrio de riscos de crescimento acelerado dos preços ao consumidor, além de um declínio na atividade econômica, disse BC
O banco central da Rússia promoveu um corte drástico da sua básica de juros, para 17%, nesta sexta-feira (8) e disse que novas reduções são uma possibilidade, conforme medidas emergenciais contiveram riscos à estabilidade financeira, trouxeram depósitos de volta aos bancos e ajudaram a limitar a ameaça de inflação.
No mês passado, o banco central manteve sua principal taxa de juros em 20% após um grande aumento emergencial em fevereiro e disse que começaria a comprar títulos do governo OFZ, alertando para iminentes alta da inflação e contração econômica.
A Rússia enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro no que chama de “operação militar especial” para desmilitarizar e “desnazificar” seu vizinho, provocando amplas sanções ocidentais.
Nesta sexta, o banco central cortou inesperadamente a taxa básica em 300 pontos-base, tomando a decisão antes de sua próxima reunião ordinária marcada para 29 de abril.
Ele disse que o movimento reflete uma mudança no equilíbrio de riscos de crescimento acelerado dos preços ao consumidor, além de um declínio na atividade econômica, e acrescentou que a medida conteve o risco à estabilidade financeira.
“Os riscos de estabilidade financeira ainda estão presentes, mas deixaram de aumentar por enquanto, inclusive devido às medidas de controle de capital adotadas. Há uma entrada constante de recursos para depósitos a prazo”, disse o comunicado do banco.
A inflação anual na Rússia acelerou para 16,70% em 1º de abril, a maior desde março de 2015 e acima dos 15,66% da semana anterior, com o rublo volátil elevando os preços em meio a sanções ocidentais sem precedentes que excluíram a Rússia dos mercados financeiros globais e limitaram seu comércio.