Comitê da Petrobras aprova Weber para presidir Conselho, mas faz recomendações
Análise de José Mauro Ferreira Coelho para a presidência da estatal pode demorar mais um pouco, mas não impede que seu nome seja submetido aos acionistas na reunião da próxima quarta
Indicado para presidência do Conselho de Administração da Petrobras, o executivo Márcio Weber foi aprovado pelo Comitê de Elegibilidade da estatal. O colegiado realiza uma espécie de auditoria interna para checar se os antecedentes dos indicados estão de acordo com a lei e com as normas de conformidade da empresa.
Weber foi indicado para a presidência do conselho após a desistência de Rodolfo Landim no domingo (3), e recebeu chancela na última reunião do comitê na terça-feira (5). A aprovação de Weber foi rápida porque ele é candidato à reeleição e estava na primeira lista de indicados pela União para composição do grupo, apresentada no início de março.
Após as análises do background check de integridade e de capacidade de gestão, o Comitê de Elegibilidade decidiu que Weber atende aos requisitos previstos pela Lei das Estatais e pela política de indicação. No entanto, fez algumas recomendações ao executivo.
Ele precisa, por exemplo, se comprometer a não praticar qualquer ato na Petrobras que esteja relacionado às empresas em que tem participação e adotar providências para que elas se abstenham formalmente de prestar serviços à Petrobras e a fornecedores e concorrentes no setor de óleo e gás.
O comitê também recomenda que Weber não atue junto a empresas ligadas à companheira. Atualmente, o engenheiro presta assessoria ao grupo PMI, que opera quatro plataformas de exploração em águas profundas.
A ata foi publicada na quarta-feira (6) e enviada à Comissão de Valores Mobiliários. O documento tem o objetivo de auxiliar os acionistas durante a Assembleia Geral Ordinária, no próximo dia 13.
Já a análise de José Mauro Ferreira Coelho, indicado para a presidência da Petrobras, pode demorar mais um pouco. A CNN Brasil apurou que ele precisa preencher formulários (um deles com 18 páginas) e enviar documentos que serão analisados pela estatal.
Os funcionários da área de conformidade da companhia também investigam ligações societárias em empresas, ações em companhias de capital aberto que o candidato detém. O processo leva, em média, dez dias, mas pode durar até três semanas.
Entretanto, um dispositivo previsto pela Petrobras permite que o presidente seja eleito pelos acionistas antes mesmo da conclusão do processo de análise de conformidade da companhia. Isso porque as indicações podem ser feitas a qualquer momento, até a véspera da votação pela Assembleia.
Isso significa que, ainda que o processo de Coelho não tenha sido concluído até a data da assembleia, ele pode ter o nome avaliado pelos acionistas e ser eleito. A posse, no entanto, só aconteceria após o sinal verde da área de conformidade.
*Com informações de Pedro Duran