Dia Mundial do Livro: confira 12 obras que provam o poder da literatura
Data usada para incentivar prática da leitura e homenagear grandes autores foi fixada no dia da morte de William Shakespeare e Miguel de Cervantes
O Dia Mundial do Livro é celebrado nesta terça-feira (23) como forma de incentivo à leitura e também para homenagear grandes autores. Confira abaixo 12 obras clássicas que imprimem marcas na história da humanidade e que provam o poder transcendental da literatura.
São lembrados no dia de hoje nomes como os de Safo, Aldous Huxley, George Orwell, Caio Fernando Abreu, entre tantos outros.
“Os grandes autores da literatura mundial e suas obras são extremamente importantes no desenvolvimento da sociedade, quando, a partir da ficção, fazem despertar reflexões e senso crítico acerca da realidade”, diz à CNN a professora de literatura Claudia Fernandes.
“A leitura de autores célebres amplia nosso repertório vocabular, põe-nos em contato com diferentes recursos linguísticos e seus efeitos de sentido, demonstram-nos possibilidades de construções sintáticas, entre outros aprendizados que podem aperfeiçoar a nossa escrita. Eles nos ensinam a ler e a escrever melhor”, completa.
Para a professora, os clássicos têm em comum a capacidade de tirar o leitor de zonas de conforto, mexendo com suas emoções e fazendo refletir sobre a existência humana por diversas perspectivas.
A data do Dia Mundial do Livro — que é também dia em que morreram os célebres autores William Shakespeare (1564-1616) e Miguel de Cervantes (1547-1616) — foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Confira 12 clássicos da literatura mundial
“Cem Anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Marques
O livro conta a triste história da família Buendía. O leitor acompanha diversas gerações da família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo fictício Macondo.
A obra é cheio de artifícios literários técnicos e influências, tendo se tornado o maior clássico de Gabo (apelido do autor).
“Dom Casmurro”, de Machado de Assis
Esta é, provavelmente, a obra mais famosa e elogiada de Machado de Assis.
Ela conta a história da juventude de Bentinho, desde quando ele se apaixona por Capitu e passa a tentar fugir do destino de se tornar padre até suas desconfianças no relacionamento após se casarem.
O narrador, o próprio Bentinho na velhice, quando já é apelidado de Dom Casmurro, conta a história entra lembranças e devaneios. O leitor termina o livro com uma grande dúvida sobre a história.
“A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector
Esta novela de Clarice Lispector conta a triste história de Macabéa, uma jovem alagoana datilógrafa que encontra um namorado em São Paulo e sonha com a felicidade.
De tão pobre (financeiramente e de costumes), Macabéa não conhece o amor e não sabe como se comportar adequadamente em diversas situações, chegando a dar pena aos outros. Em um momento de fé, ela encontra o próprio desfecho de sua história.
A obra apresenta reflexões sobre ela e sobre o próprio narrador-personagem, o escritor Rodrigo S. M.
“Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen
O livro conta a história de cinco irmãs da família Bennet, que viviam na área rural da Inglaterra no século 18.
Entre as realidades de cada uma delas, destaca-se o amor do senhor Darcy e de Elizabeth Bennet.
“Orgulho e Preconceito” também aborda a questão da sucessão familiar quando somente herdeiros homens eram privilegiados e o casamento era tudo o que restava às mulheres.
“Hamlet”, de William Shakespeare
Hamlet é um príncipe dinamarquês que encontra o fantasma de seu pai e ouve dele que foi assassinado pelo próprio irmão, Cláudio. Após a morte, Cláudio se casa com a viúva, Gertrudes, e assume o posto de rei da Dinamarca.
Inicia, então, a saga de Hamlet por vingança, a partir de um plano que busca provar quem foi o verdadeiro assassino.
A narrativa é densa e apresenta reflexões sobre conflitos familiares, amores, loucura, sanidade, filosofia, poder, moralidade, pondo em prova a própria condição humana.
“Frankenstein”, de Mary Shelley
O estudante Victor Frankenstein cria um monstro em seu laboratório, em Genebra, ao tentar devolver a vida a uma pessoa, usando partes de outras pessoas.
A criatura, que provoca horror em quem a vê, passa a perseguir o estudante.
O livro propõe uma reflexão sobre até onde a humanidade deve fazer a ciência e a tecnologia evoluírem e sobre como essas evoluções podem não ser exatamente o que se desejava inicialmente.
“Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury
Esta distopia conta a história de Guy Montag, um bombeiro que, assim como os colegas de profissão, deve queimar livros.
O mundo retratado na história é formado por pessoas apáticas e sem senso crítico que vivem em função de programações de televisão.
A literatura está ameaçada de extinção, os livros são objetos proibidos, e seus portadores são considerados criminosos.
No entanto, a menina Clarisse McClellan, que faz perguntas demais, faz Montag ficar curioso sobre os livros, entrando numa longa jornada para fugir da pena de portar um livro, a morte.
“O Iluminado”, de Stephen King
Forças malignas habitam tentam se apoderar do corpo de um menino com poderes sobrenaturais, Danny Torrance.
No entanto, como possuir o garoto acaba sendo mais difícil do que o esperado, os espíritos do mal se aproveitam das fraquezas do pai dele, Jack Torrance.
O livro narrada a trajetória de Jack até a loucura, explorando as profundezas da mente humanas.
“Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski
O jovem pobre e desesperado estudante Raskólnikov comete um crime nas ruas de São Petersburgo e tenta se justificar.
Ele mata e rouba Alyona Ivanovna, uma velha agiota, e a irmã dela, Lisavieta, mas avalia que grandes nomes da humanidade, como Napoleão ou César, também cometeram crimes e foram absolvidos pela história.
Ele não sente remorso ou arrependimento pelo assassinato e diz a si mesmo que não matou uma pessoa, mas um princípio.
“A cerimônia do adeus”, de Simone de Beauvoir
Beauvoir relata os últimos anos da vida do marido Jean-Paul Sartre, a partir do diário pessoal dela e de testemunhos que coletou.
A autora apresenta reflexões filosóficas sobre velhice e morte, além de outros temas delicados que perpassam a trajetória de vida e obra dela.
“Ensaio sobre a cegueira”, de José Saramago
Esta é uma história de uma grande pandemia, a de “treva branca”, pela qual as pessoas ficam subitamente cegas e que se espalha descontroladamente entre as pessoas.
As autoridades sanitárias e de segurança colocam as pessoas cegas “em quarentena” forçada num manicômio, tentando evitar a contaminação de outras pessoas.
O livro relata os desdobramentos sociais de uma situação duradoura em que os seres humanos se negam a enxergar os problemas dos outros e pensam apenas em si próprios.
“Dom Quixote de la Mancha”, de Miguel de Cervantes
Um homem idoso e que vive no campo tem como passatempo favorito ler sobre cavalaria, mas acaba acreditando nas aventuras que lê e decide se tornar um cavaleiro andante.
As viagens que inicia misturam alucinação e realidade, como em seu objetivo de provar seu amor por Dulcineia de Toboso, uma mulher imaginária.