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    Setor de serviços puxa confiança do empresariado no país, diz FGV

    Restaurantes, academias e salões de beleza foram alguns dos responsáveis pelo crescimento do Índice de Confiança Empresarial em março

    Restaurantes foram um dos serviços responsáveis para puxar confiança do empresariado
    Restaurantes foram um dos serviços responsáveis para puxar confiança do empresariado Foto: Reprodução/CNN

    Camille CoutoRayane RochaThayana Araújoda CNN no Rio de Janeiro

    Depois de um período difícil, o setor de serviços tem recuperado o protagonismo no país aos poucos. No mês de março, a categoria foi a grande responsável pela melhora da confiança dos empresários.

    Dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), divulgados na última sexta-feira (01), apontam que a tímida melhora de 0,7 ponto nos indicadores de otimismo foi inteiramente influenciada pela prestação de serviços.

    O estudo da fundação, intitulado de Índice de Confiança Empresarial (ICE), leva em conta indicadores de quatro grupos: indústria, serviços, comércio e construção. Deles, o de serviços apresentou a maior demanda de consumo. Vale lembrar que o ramo engloba estabelecimentos como restaurantes, hotéis, academias e salões de beleza.

    Com a leve alta, o indicador chegou a 91,8 pontos neste mês. Apesar do progresso, o desempenho ainda está abaixo do considerado ideal pelos especialistas. Isso porque a zona neutra do levantamento é de 100 pontos. Com esta pontuação, os empresários não estão nem receosos nem confiantes com a conjuntura econômica.

    A confiança máxima do empresariado se dá quando o indicador atinge os 200 pontos. No entanto, historicamente, a FGV destaca que esse panorama de excelência dificilmente acontece.

    A pesquisa ressalta que parte da melhora na confiança dos empresários locais é reflexo do cenário epidemiológico mais brando. O Superintendente de Estatísticas do FGV IBRE, Aloiso Campelo Jr, lembra das consequências da saúde na economia.

    “Uma parcela expressiva da alta da confiança empresarial em março é explicada pela melhora dos números da pandemia de Covid-19 no país e seus efeitos sobre as vendas dos setores de Serviços e do Comércio”, explicou.

    Em contrapartida, Campelo Jr chama a atenção para a incerteza de um reestabelecimento a curto prazo, por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia.

    “A nova queda do Índice de Expectativas Empresarial, no entanto, lança dúvidas sobre a continuidade da recuperação nos próximos meses diante de um cenário de incerteza com relação ao impacto do conflito bélico entre Rússia e Ucrânia na economia mundial e do efeito esperado das altas de juros sobre a demanda interna”, avaliou.

    Empresários confiantes na recuperação

    A Associação brasileira de Salões de Beleza (ABSB) informou à CNN que o setor tem apresentado sinais de recuperação, mas as vendas de janeiro e fevereiro foram 40% menores do que as do período anterior à pandemia.

    Apesar disso, segundo o presidente da Associação, José Augusto do Nascimento, a expectativa é de melhora e otimismo com o fim das restrições impostas pelo coronavírus.

    O presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, também vê sinais de recuperação do setor.

    Segundo ele, no segundo semestre de 2021, houve crescimento real de 3% e, mesmo com a variante ômicron do novo coronavírus, o primeiro trimestre de 2022 também foi positivo.

    “O fim das restrições e o fim do uso de máscaras em lugares abertos e fechados aumentam a confiança do consumidor e estimulam da mesma forma a do empresariado do setor”, destacou.

    Solmucci ressalta ainda o bom desempenho da categoria, mesmo frente às dificuldades do momento.

    “Fica claro que os bares e restaurantes não estão repassando o aumento de custos para o cardápio e absorvendo parte importante dessa pressão. A inflação no nosso setor ficou em 6,46% no acumulado do ano enquanto a alimentação em casa ficou em 8,64%”, disse.

    “Isso mostra que nossos negócios, que sofreram desproporcionalmente durante a pandemia, se tornaram mais produtivos e, assim, conseguem dar essa contribuição primordial para o país”, concluiu.