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    Talibã proíbe cultivo de drogas no Afeganistão, maior produtor do mundo de ópio

    Controle de drogas tem sido uma das principais demandas da comunidade internacional do grupo islâmico

    Da Reuters

    O Talibã anunciou, neste domingo (3), a proibição do cultivo de narcóticos no Afeganistão, o maior produtor mundial de ópio.

    “De acordo com o decreto do líder supremo do Emirado Islâmico do Afeganistão, todos os afegãos são informados de que, a partir de agora, o cultivo de papoula foi estritamente proibido em todo o país”, disse comunicado do líder supremo do Talibã, Haibatullah Akhundzada.

    “Se alguém violar o decreto, a colheita será destruída imediatamente e o infrator será tratado de acordo com a lei da Sharia”, informou a ordem, anunciada em entrevista coletiva pelo Ministério do Interior em Cabul.

    A nova norma aponta que a produção, uso ou transporte de outros narcóticos também foi proibido.

    O controle de drogas tem sido uma das principais demandas da comunidade internacional do grupo islâmico, que assumiu o país em agosto e busca o reconhecimento internacional formal para reverter as sanções que estão prejudicando severamente os bancos, os negócios e o desenvolvimento.

    O Talibã proibiu o cultivo de papoula no final de seu último governo em 2000, enquanto buscava legitimidade internacional, mas enfrentou uma reação popular e depois mudou sua postura, segundo especialistas.

    A produção de ópio do Afeganistão — que as Nações Unidas estimaram valer 1,4 bilhão de dólares no auge em 2017 — aumentou nos últimos meses, disseram agricultores e membros do Talibã à Reuters.

    A terrível situação econômica do país levou os moradores das províncias do sudeste a cultivar a safra ilícita que poderia trazer retornos mais rápidos e maiores do que as culturas legais, como o trigo.

    Fontes do Talibã disseram à Reuters que estavam prevendo uma forte resistência de alguns elementos do grupo contra a proibição da papoula e que houve um aumento no número de agricultores cultivando a droga nos últimos meses.

    Um agricultor de Helmand, que falou sob condição de anonimato, disse que nas últimas semanas os preços da papoula mais que dobraram devido aos rumores de que o Talibã proibiria seu cultivo. Ele acrescentou que precisava dar continuidade ao cultivo para sustentar sua família. “Outras culturas simplesmente não são lucrativas”, afirmou.

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