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    SP fez um pacto com o crime organizado para não combatê-lo, diz Tarcísio de Freitas

    Em entrevista, pré-candidato ao governo de São Paulo falou sobre suas propostas para a Segurança no estado; Secretaria da Segurança Pública classificou afirmações como irresponsáveis

    Caio Junqueirada CNN

    O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que é pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou nesta sexta-feira (1º), em entrevista ao portal “Money Report”, que o estado “fez um pacto com o crime organizado, de não combatê-lo”.

    “E por que se optou por não combater? Porque crime organizado dá efeito colateral e ninguém quer o efeito colateral do combate ao crime”, disse.

    Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que as afirmações do ex-ministro são ilações “descabidas e irresponsáveis” e que o compromisso do estado e de suas forças policiais é com “a lei e a segurança da população” (leia íntegra abaixo).

    Segundo Tarcísio, ao combater o crime organizado, há “morte policial, queima de ônibus, assalto ao banco, aumento da percepção de insegurança”. “E o problema é que, quando você não combate, o crime cresce, se infiltra no poder e acaba se tornando força política”, afirmou.

    O ex-ministro disse ainda que a segurança pública do estado de São Paulo “ruiu”. Ele abordou o tema ao ser questionado sobre seus planos para a área de segurança.

    A saída de Tarcísio do cargo de ministro foi oficializada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na última quinta-feira (31), quando a exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

    Quem assumiu em seu lugar foi Marcelo Sampaio, atual secretário-executivo do ministério.

    Nessa sexta (1º), o Partido Liberal (PL) filiou a deputada federal Rosana Valle, que estava no PSB e é tratada pela cúpula da legenda como candidata a vice na chapa de Tarcísio ao governo de São Paulo.

    Leia íntegra da nota da Secretaria da Segurança Pública:

    As ilações do ex-ministro, além de descabidas e irresponsáveis, revelam o absoluto desconhecimento do tema segurança pública, em especial no que se refere ao estado de São Paulo. Só nos últimos dois anos, mais de R$ 1,2 bilhão em ativos ligados às facções foram recuperados pelas forças de segurança estaduais. Aeronaves, por exemplo, que antes eram utilizadas por esses criminosos hoje integram as frotas das forças policiais no combate ao crime organizado. A mais recente delas é um avião Cessna Caravan que foi incorporado pela Polícia Civil.

    Ao longo dos últimos 38 meses, 605.461 criminosos foram presos e encaminhados à Justiça. Isso significa, em média, 530 marginais presos diariamente, incluindo integrantes de facções criminosas, que são submetidos ao regime disciplinar diferenciado (RDD) e isolados. Atualmente, 57 integrantes de facções presos no Estado foram transferidos e estão em presídios federais com o aval do Executivo paulista. Não há complacência com o crime seja ele organizado ou não.

    No mesmo período, 791 toneladas de drogas foram apreendidas, o que representa mais de 680 quilos de entorpecentes retirados das ruas todos os dias. Atualmente, o estado tem a menor taxa de homicídios do Brasil, com 6 casos por grupo de 100 mil habitantes enquanto a taxa nacional é de 18/100 mil. Não só os homicídios, mas todos os crimes contra a vida e contra o patrimônio tiveram redução expressiva e sustentada ao longo dos últimos 20 anos em São Paulo. Tais reduções não são baseadas apenas nos indicadores da Secretaria da Segurança Pública, mas ratificadas também por institutos de pesquisa independentes e pelo próprio Ministério da Justiça.

    Esses resultados, ao contrário do que afirma o ex-ministro, são fruto de uma forte política de segurança pública e do trabalho de policiais civis, militares e técnico-científicos. Por esta razão, a SSP investe continuamente na capacitação de todos os integrantes das forças de segurança, assim como em tecnologia e equipamentos para combater à criminalidade e proteger o cidadão. Mais de R$ 1,5 bilhão já foi investido pela atual gestão na modernização da estrutura policial em todo o Estado, com a aquisição de novas viaturas, inclusive blindadas, armas e tecnologia de última geração, coletes balísticos e a expansão de unidades especiais como os Batalhões de Ações Especiais de Polícia (Baep) e as Divisões Especializadas de Investigação Criminal (DEIC).

    Mais do que capacitar, a atual gestão também valoriza o trabalho policial. Todas as carreiras policiais tiveram um reajuste acumulado de 26% e um incremento na política de bonificação, que passou a ser bimestral. Além disso, mais de 12 mil policiais já foram contratados e outros concursos estão em andamento.

    O compromisso do Estado de São Paulo e de suas forças policiais é com a lei e a segurança da população.

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