Repórter da CNN Brasil volta ao país e relata cobertura da guerra na Ucrânia
Mathias Brotero esteve no Leste Europeu desde primeiro dia de invasão russa
Após acompanhar mais de um mês de guerra na Ucrânia diretamente do Leste Europeu, o repórter da CNN Brasil Mathias Brotero retornou ao país e relata os dias que viveu em meio aos confrontos.
Relembrando a experiência, Brotero destaca a imprevisibilidade da cobertura de um confronto armado. “As coisas vão acontecendo, a gente vai lidando com mudanças no dia a dia, constantemente. Inclusive, falando de sirenes, por exemplo. As sirenes tocam, a gente está no meio de uma pauta, a gente tem que correr para algum abrigo.”
O correspondente estava em Kiev no dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou o que ele chama de “operação militar especial” no território ucraniano.
“A gente sabia que isso poderia acontecer, mas ninguém imaginava que poderia chegar a Kiev tão cedo”, disse Brotero.
Segundo ele, “no primeiro dia, de fato, as pessoas não sabiam muito bem o que fazer, então era uma correria, muita gente tentando achar um bunker no metrô, gente tentando pegar mala para sair logo de Kiev. Mas já a partir do dia seguinte foi algo que as pessoas perceberam que não ia ser tão rápido”.
Além da Ucrânia, o repórter da CNN Brasil passou alguns dias na Polônia, acompanhando a crise migratória gerada pela fuga de milhões de refugiados. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4 milhões de pessoas já deixaram o país desde o início da guerra.
“Os refugiados não fazem a mínima ideia de quando vão voltar e a preocupação é em relação as pessoas que eles deixaram para trás, uma vida que deixaram para trás, que não sabem se vão conseguir voltar àquela vida agora”, relata Brotero.
Foi em uma entrevista com um refugiado que Mathias viveu um dos momentos marcantes da cobertura: o relato de um homem que fugiu da cidade em que morava após ter perdido a mãe no bombardeio de um supermercado.
“É muito trágico saber que quem está na ponta segue morrendo, segue sendo ferido.”