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    Ucrânia pede garantias de segurança por neutralidade e vê progresso na Crimeia

    Avaliação de negociadores é que houve avanços após conversas entre delegações da Rússia e Ucrânia na Turquia

    Giovanna Galvanida CNN* , em São Paulo

    As negociações entre a Rússia e a Ucrânia sobre o conflito militar iniciado há mais de um mês em território ucraniano avançaram nesta terça-feira (29), avaliaram negociadores de ambos os lados, incluindo conversas sobre a neutralidade da Ucrânia e o status legal da península da Crimeia.

    Nas conversas de mais cedo, foi debatido o almejado status neutro da Ucrânia, que teria como condição a não implementação de bases militares internacionais no território do país, bem como o não ingresso em alguma aliança militar — exigências feitas pelo lado russo.

    As conversas daqui para a frente devem envolver também “países garantidores” do possível acordo de segurança requerido pelos ucranianos. Arakhamia nomeou como fiadores “os países [permanentes] do Conselho de Segurança da ONU”, bem como Turquia, Alemanha, Canadá, Itália, Polônia e Israel.

    “Insistimos que este seja um tratado internacional, assinado por todos os garantidores de segurança, que será ratificado”, declarou Davyd Arakhamia, da delegação do país liderado por Volodymyr Zelensky.

    O negociador disse ainda que esse ponto seria comparável ao Artigo 5 da Otan, que consagra o princípio da defesa coletiva.

    “Dizemos que as consultas devem ocorrer em três dias. Eles precisam debater se isso é guerra, agressão, uma operação militar. Depois disso, os países garantidores são obrigados a nos ajudar [com] apoio militar, reforços armados, armamentos e a zona de exclusão aérea – tudo que tanto precisamos agora e não podemos ter. Esta é a nossa proposta”, disse.

    “Até então, precisamos concordar sobre questões conflitantes no nível mais alto”, continuou, citando o cessar-fogo e a retirada das tropas russas do território como condicionantes. Segundo ele, sem a paz, “nenhuma entidade internacional vai garantir esse tratado”, disse, citando um possível acordo futuro firmado entre os países.

    “Todos devem entender que, se todas as partes aceitarem essa posição, um cessar-fogo e a retirada completa [das tropas] devem acontecer. Quatro milhões de pessoas devem retornar para suas casas e então poderemos ter esses mecanismos implantados”, continuou, após declarar que o referendo, prometido por Zelensky, não aconteceria sob a lei marcial vigente no país.

    Crimeia e União Europeia

    Mykhailo Podolyak, conselheiro de Volodymyr Zelensky e também integrante da comitiva ucraniana, referiu-se a conversas sobre o status da Crimeia, que foi anexada pela Rússia em 2014.

    “Quero enfatizar no que diz respeito aos territórios da Crimeia e Sebastopol, foi acordado em formato bilateral fazer uma pausa por 15 anos e realizar conversas bilaterais sobre o status desses territórios”, disse ele.

    Um terceiro membro da delegação ucraniana, Oleksandr Chalyi, enfatizou o prazo de três dias para consultas em caso de “qualquer agressão, ataque militar ou operação militar” e mencionou o ingresso da Ucrânia na União Europeia.

    “No entanto, é fundamental para nós que nada nestas disposições negue a nossa adesão à União Europeia. Os países garantidores também estão empenhados em facilitar esses processos”, acrescentou.

    *Com informações da CNN

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