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    Queda do dólar impulsiona procura por viagens internacionais

    Levantamento de empresas de turismo mostra que cidades dos Estados Unidos estão entre as cinco mais buscadas por turistas brasileiros

    Beatriz Puenteda CNN , no Rio de Janeiro

    Impulsionados pela queda do dólar e pela redução das medidas preventivas para Covid-19 em todo o mundo, os destinos internacionais voltam a ganhar preferência dos viajantes brasileiros.

    Nesse cenário, empresas de viagens já percebem um aumento nas buscas online. Só na última semana, o dólar atingiu o menor patamar em mais de dois anos e fechou em R$ 4,746.

    Na agência de viagens Decolar, a procura por pacotes e voos para o exterior cresceram mais de 25% neste mês, em comparação a fevereiro. Em relação ao mês de janeiro, o crescimento foi de 53%.

    Além do preço mais baixo do dólar, a diretora de voos da Decolar, Daniela Araujo, ressaltou a vontade da população de viajar após as limitações da pandemia de Covid-19.

    “Esse conjunto do preço do dólar mais favorável e dos protocolos para Covid-19 explica essa expectativa otimista. A procura por pacotes tem ganhado força. É uma recuperação expressiva do internacional e ainda não há uma queda das viagens domésticas no Brasil, justamente porque temos uma demanda reprimida de dois anos de pandemia”, explicou Araujo.

    Na plataforma de pesquisa de viagens Kayak, foi registrado um aumento de 70% na busca por destinos internacionais entre o dia 5 e 23 de março. O país mais procurado pelos turistas brasileiros é os Estados Unidos.

    Em ambas as plataformas, as cidades norte-americanas Orlando, Nova Iorque e Miami estão entre os três destinos mais buscados.

    Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa), Fabiano Camargo, os viajantes estão aproveitando o momento para obter os melhores preços e antecipar reservas.

    “O reflexo dessa queda do dólar é que as pessoas agora estão correndo para fechar viagens que já estavam orçadas ou buscando pacotes. É um bom momento para aproveitar. Mas é preciso olhar para as operadoras que fixam o câmbio do dia da compra para reservas em hotéis, por exemplo”, explicou Camargo.

    Para o coordenador de projetos da Fundação Getúlio Vargas e especialista em turismo, André Coelho, ainda é cedo para dizer que o aumento da procura por viagens internacionais é uma tendência. Na opinião dele, é um movimento temporário.

    “Nos parece um movimento de pessoas que já tinham essa intenção de viajar a curto ou médio prazo e resolveram aproveitar o momento. A gente já tem alguns relatórios que apontam que o dólar volta ao patamar de R$ 5 até o final do ano. Então, por mais que o dólar facilite essa ida de brasileiros pro exterior, não é ainda estável, ainda é uma parcela da população com um poder aquisitivo mais alto”, ressaltou o coordenador da FGV.

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