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    Em meio a revival do emo, Fresno se prepara para retorno no Lolla 2022

    Em entrevista à CNN, vocalista Lucas Silveira detalha produções durante a pandemia, comenta experimentações sonoras da banda e a expectativa para o festival

    Léo LopesLuana Franzãoda CNN , em São Paulo

    O emo está passando por mais um revival na música. Artistas novos como Machine Gun Kelly, Phoebe Bridgers e até mesmo a queridinha Olivia Rodrigo, apontam um forte retorno das influências que lideravam as “mais tocadas” na segunda metade dos anos 2000.

    Aqui pelo Brasil, uma das maiores representantes do emo, a Fresno também vem colhendo frutos dessa onda recente.

    Seu último álbum “Vou Ter Que Me Virar”, lançado no ano passado, já acumula milhões de streams no Spotify, e a turnê recém-anunciada vai marcar uma série de celebrações: o sucesso dos últimos lançamentos, a volta do emo e, finalmente, a volta dos shows pós-Covid.

    O primeiro passo da turnê será dado neste domingo. A Fresno se apresenta no Lollapalooza Brasil, às 14h50, no palco Onix. “A gente tem que pensar muito estrategicamente como se monta um show assim. Por que a gente está lá? Pela nostalgia ou pelo disco novo?”, disse à CNN o vocalista da Fresno, Lucas Silveira.

    Sentado no estúdio que tem montado em sua própria casa, ele explica que a banda – que segue relevante no Brasil desde a época das franjas com chapinha – sentiu nesse momento de retomada pós-pandêmica o retorno de pessoas que ficaram anos sem assisti-los.

    “A galera ficou em casa trancada e falou: ‘Cara, quando tiver um show da Fresno, eu vou e não quero nem saber’”, contou.

    A Fresno teve uma série de lançamentos afetados pelo surgimento do coronavírus. Quando a pandemia foi decretada, a banda tinha lançado há poucos meses o álbum “Sua Alegria Foi Cancelada”. As medidas restritivas impactaram diretamente o ciclo de divulgação, por causa dos cancelamentos no setor de eventos.

    Ainda durante a pandemia, a banda lançou a mixtape “INVentário”, e, mais recentemente, o álbum “Vou Ter Que Me Virar”. Lucas explicou que o isolamento em casa abriu um espaço disponível para que eles pudessem trabalhar mais canções que estavam na gaveta.

    “Se for ver, lançamos umas 30 músicas entre 2020 e 2021. A gente se ocupou bastante com a produção para que um dia, no final da pandemia, a gente pudesse tocá-las”, disse.

    Volta do emo e experimentação de novos sons

    O emo está retomando uma estética já bem conhecida pelo público. Lucas pontua que o baterista do Blink-182, Travis Barker, tem um papel importante nesse processo. Barker é o produtor responsável por vários lançamentos do revival emo, como Machine Gun Kelly, Willow e até mesmo o álbum da volta da Avril Lavigne.

    No entanto, a Fresno talvez esteja em seu momento de maior experimentação de outros sons. Os remixes lançados pela banda em fevereiro exemplificam bem. Em uma das músicas lançadas, o DJ Mu540 transforma o single “Vou Ter Que Me Virar” em um hit de funk e psy trance.

    Uma das estratégias de Lucas para a banda não se repetir sonoramente é justamente a produção isolada, que a pandemia os obrigou a fazer.

    “A gente fez muitos discos se juntando para tocar. É muito fácil a gente se repetir e cair numa zona de conforto. Então a gente faz produções “em off”, que é não tocando junto, mas cada um dando a ideia”

    Lucas Silveira

    Lucas entende que esse retorno do emo é uma característica cíclica comum para a música em geral. “Tem uma geração que envelhece 10 ou 20 anos e passa a buscar coisas da sua juventude como se fosse um “elixir”: ‘Ah, bom mesmo era quando a gente ouvia aqueles sons, curtindo aqueles shows, ido pra praça beber’”, disse.

    Para o vocalista da Fresno, esse saudosismo visto no mercado musical já era visto, por exemplo, nos anos 1980, quando o pop influenciou as bandas de rock a adotarem baterias eletrônicas e sintetizadores.

    Apresentação no Lollapalooza

    Para a apresentação no Lolla, Lucas disse que foi preparado um show com a “Superfresno” – formato grandioso da banda, com acompanhamento de metais.

    “Essa banda na minha concepção tem mais cara de festival, mais cara de show de tarde. Não dá para dizer que é menos emo, mas fica diferente. Engrandece o som, fica tipo a versão de luxo das músicas”, comenta.

    Quebrando a cabeça para formar um setlist que contemple as produções recentes e os clássicos da banda, o vocalista disse que é complexo formular um setlist que contemple os diferentes públicos que participam do festival.

    “Vão ter nossos fãs que vão chegar mais cedo, pessoas que vão só pela festa, fãs que vão assistir só porque a gente está. Tem que ser massa pra toda essa galera”, disse.

    Esta matéria faz parte de uma série de reportagens que serão produzidas pela CNN e envolvem a primeira edição pós-Covid do Lollapalooza Brasil. Todas as produções poderão ser encontradas clicando aqui.

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