Itamaraty vê retomada de sanções americanas como “pressão” contra Venezuela
Lula e Petro repudiaram punições que “aumentam o sofrimento do povo venezuelano”
A diplomacia brasileira avalia que a retomada das sanções americanas no setor de petróleo contra a Venezuela é uma “pressão” contra o regime de Nicolas Maduro e segue contra esse tipo de medida.
Segundo fontes do Itamaraty ouvidas pela CNN, o país vai seguir sua tradição de condenar sanções econômicas e só admiti-las com o “carimbo” do conselho de segurança da ONU.
Em comunicado após uma reunião bilateral, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o líder colombiano Gustavo Petro “repudiaram qualquer sanção que unicamente serve para aumentar o sofrimento do povo venezuelano”. Lula visitou hoje Petro em Bogotá.
Também nesta quarta-feira os Estados Unidos retomaram as sanções no setor de petróleo contra a Venezuela após o regime de Nicolas Maduro descumprir a promessa de garantir eleições livres na Venezuela.
O governo venezuelano impediu o registro da candidata de oposição Corina Yoris, mesmo sem medida judicial. A atitude foi condenada pelos países da região, incluindo o Brasil. No comunicado, Lula e Petro “exortaram governo e oposição a considerar a possibilidade de chegar a um acordo de garantias democráticas que possa ser referendado nas urnas”.
Eleições livres na Venezuela e a retirada das sanções eram a essência do acordo de Barbados, selado entre Maduro e os americanos com mediação brasileira. Para fontes do Itamaraty, é cedo para dizer se o acordou acabou, mas certamente “já viveu dias melhores”.