Guerra e juros nos EUA são foco dos mercados; queda do dólar é destaque no Brasil
Os mercados globais operam na manhã desta quarta-feira (23) repercutindo a guerra na Ucrânia. Queda do dólar é destaque no Brasil
Os mercados operam na manhã desta quarta-feira (23) de olho na guerra da Ucrânia e nos juros americanos.
Começando pelo exterior, os futuros americanos caem refletindo clima de tensão na Ucrânia por conta do temor sobre o uso de armas nucleares da Rússia e as previsões de aumento de juros nos Estados Unidos.
O presidente dos EUA, Joe Biden, deve chegar por volta das 16h para participar amanhã de uma cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), com líderes do G-7, grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo, e membros da União Europeia.
Os países devem anunciar uma nova rodada de sanções econômicas à Rússia. Um dos pontos centrais em discussão é um possível embargo dos europeus ao petróleo russo.
Porém, membros da União Europeia que participam de reuniões que acontecem esta semana têm sinalizado que o embargo é improvável neste momento, principalmente com países como Alemanha e Holanda dizendo que suas economias podem parar se houver corte de importação da energia da Rússia.
O petróleo, que subiu 7% na segunda, com possibilidade de embargo, caiu com sinais de que seria improvável a sanção ao petróleo russo agora. Mas hoje o petróleo volta a subir quase 4%, a US$ 119.
Além da guerra, atenções se voltam ao discurso de Jerome Powell, presidente do FED – banco central americano -, que tem sinalizando que a prioridade nos Estados Unidos no momento é conter a inflação, portanto juros podem subir mais e mais rápido que o esperado.
Bolsas na Ásia fecharam em alta refletindo os anúncios de estímulos na economia chinesa e a alta em Nova York de ontem. Tóquio subiu 3% refletindo alta de 7% do Fotbank.
Na Europa, as bolsas caem seguindo queda no mercado americano e refletindo dados de inflação no Reino Unido, que ficou no maior nível desde 1992.
Brasil
No Brasil, a bolsa brasileira subiu ontem pelo quinto dia seguido, fechando em 117 mil pontos, máxima desde setembro, e o dólar fechou em R$ 4,91, mínima desde setembro de 2021.
A alta das matérias-primas no mundo, impulsionada pela guerra na Ucrânia e a perspectiva de mais aumento de juros por aqui, atrai investimentos estrangeiros e ajuda a impulsionar bolsa e derrubar o dólar.
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de ontem deixou margem para diferentes interpretações, mas os juros futuros subiram e o dólar caiu logo depois do texto provando que o mercado viu o tom do Banco Central (BC) como mais duro.
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC avaliou que o banco teve um tom mais duro ao deixar claro que se o cenário mudar, pode subir mais os juros além e está super aberto a isso.
A Nova Futura destaca depois das fortes altas dos últimos dias, hoje, a bolsa pode ter correção e o dólar pode testar o patamar dos R$ 4,90.
Índices
O Ibovespa futuro operava em queda de 0,36% nesta manhã, aos 117.830 pontos. O dólar caía 0,36%, cotado a R$ 4,89, e o S&P futuro caía 0,41%.
Agenda do Dia
Na agenda, acabou de ser divulgado o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), que acelerou para 0,64% na segunda quadrissemana de março. Fluxo cambial sai às 14h30.
A diretora do BC Fernanda Guardado e o presidente Campos Neto falam em eventos nesta manhã. A temporada de balanços segue, com Equatorial, Hapvida, Locaweb e Mais Empresas.
Nos EUA, Jerome Powell discursa às 9h e membros regionais à tarde. Além disso, tem também dados de venda de casas novas às 11h e estoques semanais de petróleo às 11h30.