No Conselho de Segurança, chanceler brasileiro vai defender reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU
Mauro Vieira discutiu assunto anteriormente com ministros das Relações Exteriores de Bélgica, Espanha, Noruega e Portugal
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, confirmou participação na discussão aberta do Conselho de Segurança das Organizações das Nações Unidas (ONU), na próxima quinta-feira (18), que tem a presença de países não membros do colegiado.
Segundo a CNN apurou, a prioridade de Mauro Vieira será defender que a Palestina seja reconhecida como um integrante pleno da ONU.
O chanceler brasileiro tem se engajado nas articulações com a diplomacia de outros países para atender ao pedido da Autoridade Palestina, em meio à guerra de Israel e Hamas. No último fim de semana, Vieira tratou do tema com os chanceleres da Bélgica, Espanha, Noruega e Portugal.
Antes da reunião na ONU, porém, o ministro vai discutir o posicionamento do Brasil sobre a retaliação do Irã a Israel com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante viagem a Colômbia. Lula se encontra nesta quarta-feira (17) com o presidente colombiano, Gustavo Petro.
A nota do Itamaraty, emitida logo após o ataque, no sábado (12), foi alvo de críticas de entidades judaicas por não condenar diretamente o Irã, que lançou mais de 300 misseis e drones para o território israelense.
Ao se manifestar sobre o conflito, o governo brasileiro disse que acompanhava a situação com “grave preocupação” e pediu “máxima contenção” para evitar uma “escalada”.
Questionado na segunda-feira (15) por jornalistas sobre o tom adotado, o chanceler afirmou que “o Brasil condena sempre qualquer ato de violência e conclama sempre o entendimento entre as partes”, mas novamente evitou citar Irã diretamente.
Mauro Vieria justificou que a nota foi escrita ainda na noite do ataque e o objetivo era evitar uma declaração que pudesse “contaminar” a situação.
A CNN apurou que uma eventual revisão do tom adotado pelo Brasil até aqui deverá ser discutido com Lula durante a visita oficial à Colômbia, para onde o presidente embarcou na tarde de terça-feira (16).
A nota divulgada pelo Itamaraty foi discutida por Lula com Mauro Vieira. Após a declaração pronta, o texto também foi submetido ao aval do presidente da República.
Como mostrou a âncora Raquel Landim, da CNN, o governo brasileiro defendeu como “prioritário” evitar a escalada do conflito no Oriente Médio, mas entende que o mundo “não pode perder o foco” nos civis na Faixa de Gaza.