Outono provoca aumento de crises alérgicas; saiba como aliviar os sintomas
Tempo seco favorece o desenvolvimento de sintomas como espirros, coriza, obstrução nasal, coceira no nariz, ouvido, garganta e tosse
A chegada do outono é marcada por mudanças nas condições climáticas nas diferentes regiões brasileiras. Na edição desta terça-feira (22) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou como reduzir os impactos das crises alérgicas durante a estação.
Nos meses do outono, há uma diminuição significativa das chuvas no Sudeste e no Centro-Oeste do país. Ondas de frio mais intensas provocam queda de temperatura na região Sul, que ainda convive com os temporais. No Nordeste, ainda chove bastante, principalmente nas áreas litorâneas, assim como no extremo Norte do país.
Devido aos efeitos do fenômeno La Niña, estima-se que o outono deste ano terá menos chuva do que o normal nos estados da região Sul e também em São Paulo, Mato Grosso do Sul e áreas como o Sul de Minas Gerais. No Centro-Norte do país, a estação deve ser caracterizada por condições mais úmidas do que o normal, especialmente no começo da estação. Em maio, deve ocorrer a entrada da primeira onda de frio forte, esperada para segunda quinzena.
De acordo com o neurocirurgião, o tempo mais seco em grande parte do país contribui para o desenvolvimento de sintomas como espirros, coriza, obstrução nasal, coceira no nariz, ouvido, garganta, tosse e falta de ar.
A alergia é uma reação exacerbada do sistema imunológico à exposição do organismo a uma série de substâncias. Alergias respiratórias podem ser causadas por diversos fatores, como ácaros, pelos de animais de estimação, fungos presentes no mofo e pólen das flores, além de condições desfavoráveis do ambiente, como a baixa umidade do ar. As condições climáticas do outono favorecem o desencadeamento das crises.
“Por uma questão da própria característica do ar, da temperatura, da questão da umidade e os alérgenos, que muitas vezes são poeira, pelos e elementos da própria natureza, ficam mais suspensão e conseguem atingir de uma forma mais contundente a mucosa do aparelho respiratório”, explica Gomes.
O especialista recomenda que a utilização de medicamentos, incluindo spray nasal, deve ser feita apenas a partir de orientação médica. “A maior parte das alergias acaba sendo fácil de se controlar com medicamentos que venham a bloquear essa resposta inflamatória exacerbada frente à exposição ao agente que provoque alergia”, afirma.
Para alívio dos sintomas, Gomes orienta a hidratação diária com bastante água, a aplicação de soro fisiológico nas mucosas das narinas e o uso de nebulizador em casos de desconforto. Repouso, alimentação balanceada e prática regular e moderada de exercícios físicos também contribuem para a ampliação da imunidade.
Rinite alérgica
A rinite alérgica é um dos quadros clínicos mais comuns entre os brasileiros. Em geral, ela é caracterizada por casos crônicos e recorrentes, principalmente pela exposição a ácaros presentes na poeira, pólen, fungos, urina e saliva de animais como cães e gatos.
“Rinite, asma e sinusite são algumas das doenças mais comuns nessa época do ano porque o ar seco e frio age nas vias respiratórias como irritante e, no caso das alergias, as vias aéreas que já estão inflamadas entram em contato com esse ar frio e seco e manifestam os sintomas respiratórios”, afirma o farmacêutico naturopata, Jamar Tejada.
Os sintomas mais comuns são inchaço da mucosa com obstrução nasal, coriza, espirros seguidos e coceira no nariz, na garganta e nos olhos. O diagnóstico pode ser feito a partir da investigação do histórico do paciente, além de testes na pele e exames de sangue.
No caso de alergias, a definição de tratamento é realizada pelo médico considerando aspectos do perfil de cada paciente, como o nível da alergia e a resposta do organismo aos componentes dos medicamentos que serão indicados, incluindo antihistamínicos, descongestionantes, broncodilatadores e corticoides.
Para o farmacêutico Jamar Tejada, a homeopatia também pode ser utilizada como opção terapêutica a partir da ativação da memória imunológica do organismo.
(Com informações do Climatempo)