Bolsonaro diz que bloqueio do Telegram foi um “crime”
Ministro do STF Alexandre de Moraes revogou suspensão após a plataforma cumprir determinações da Corte
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a decisão, já revogada, do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) de bloquear o Telegram. Bolsonaro disse que o bloqueio foi um “crime”.
Depois da ameaça de bloqueio, o Telegram passou algumas medidas para a Justiça brasileira para evitar a disseminação de notícias falsas, prometeu monitorar alguns canais brasileiros, restringir a publicação de quem insistir na prática de disseminação de fake news, entre outros vários pontos.
Isso fazia parte da lista de exigências do ministro Alexandre de Moraes para revogar a decisão de bloqueio do aplicativo no Brasil, entre outras várias pendências que precisavam ser resolvidas, como a de exclusão de uma postagem, no sábado (19), do presidente Jair Bolsonaro, no Telegram, que dava acesso aos links sobre a investigação de ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Depois de compartilhar essas informações, o presidente passou a ser investigado por vazamento de dados sigilosos.
Desde a semana passada, Bolsonaro critica essa decisão do ministro Alexandre de Moraes e, nesta segunda-feira (21), não foi diferente. O presidente usou o argumento da Advocacia-Geral da União (AGU) contra essa decisão, afirmou que milhões de brasileiros poderiam ser afetados por esse bloqueio e chamou de “crime” a decisão do ministro da Suprema Corte.
“O nosso AGU, Bruno Bianco, entrou com uma ação – não sei se sexta ou sábado – muito bem fundamentada, levando-se em conta a jurisprudência do próprio Supremo. A ação caiu com a senhora Rosa Weber, que já era autora de uma jurisprudência. Ou seja, o Alexandre Moraes ia perder no plenário isso aí, ele resolveu recuar”, disse o presidente.
“Eu lamento até, você, ao tentar resolver alguma coisa, prejudicar todo mundo. Retirar do ar uma live minha do Telegram, pelo amor de Deus, Alexandre de Moraes quer que eu tiro? Eu tiro agora, não tem problema nenhum”, acrescentou Bolsonaro.
“Outras questões, eu não tenho o número exato, mas são dezenas de milhões de pessoas que usam o Telegram. Você não pode prejudicar essas pessoas que usam isso para fazer negócio, usam para tratamento médico, usam para defesa civil. Isso é um crime, é um crime fazer isso aí, é um ato, no meu entender, lamentável, que a tempo ele resolveu recuar”, afirmou.