Gustavo Petro suspende gabinete binacional entre Colômbia e Equador
Ação acontece após polícia equatoriana fazer operação na embaixada do México para prender ex-vice-presidente Jorge Glas
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, suspendeu o gabinete binacional entre o país e o Equador, reiterando que a operação que a Polícia Equatoriana realizou na Embaixada do México, em Quito, para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas foi “muito grave”.
Petro anunciou a medida em publicação no X (antigo Twitter), acrescentando: “Reconstruir o direito internacional é essencial se quisermos a paz mundial”.
O gabinete binacional entre essas nações é um mecanismo de cooperação que ambos os países estabeleceram em dezembro de 2012, durante os governos do colombiano Juan Manuel Santos e do equatoriano Rafael Correa.
A reunião mais recente, a 11ª, ocorreu em 31 de janeiro de 2023, quando Petro se reuniu com seu então homólogo equatoriano, Guillermo Lasso. Na ocasião, Lasso disse que a integração “é um dos caminhos mais eficazes para o bem-estar do nosso povo”.
A CNN entrou em contato com a Presidência da Colômbia para solicitar mais informações sobre a decisão e para perguntar se isso afeta alguma outra área das relações bilaterais, mas não houve resposta até a publicação desta matéria.
Também entramos em contato com o governo do Equador, mas não houve retorno.
A suspensão anunciada por Petro ocorre no mesmo dia em que foi publicada uma entrevista do atual presidente do Equador, Daniel Noboa, à emissora australiana SBS News, afiliada da CNN, na qual ele diz não se arrepender da ação na embaixada do México.
Jorge Glas afirma ser perseguido politicamente, enquanto o governo Noboa argumenta que ele tem duas sentenças por associação ilícita e suborno.
Em retaliação, o México rompeu relações diplomáticas com o Equador e apresentou uma ação judicial perante à Corte Internacional de Justiça.
Além disso, o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou a incursão na última quarta-feira, afirmando que violava a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. O Equador defendeu suas ações durante a operação.