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    Enerhodar: moradores protestam contra prisão de vice-prefeito em cidade ucraniana

    Enerhodar tem visto protestos esporádicos desde que Zaporizhzia foi ocupada pelas forças russas em 4 de março

    Mariya Knightda CNN

    Centenas de pessoas saíram no domingo na cidade de Enerhodar, no centro da Ucrânia, para protestar contra a detenção de seu vice-prefeito, Ivan Ignatevich Samoydyuk.

    Enerhodar – que fica perto da usina nuclear de Zaporizhzia que foi ocupada pelas forças russas em 4 de março – tem visto protestos esporádicos desde então.

    Parecia haver brigas com soldados russos ao redor de um veículo, seguidas de rajadas de tiros para o ar.

    O filho de Samoydyk – também chamado Ivan – disse à CNN que “cerca de 30 minutos após o início da manifestação, um veículo militar com cinco ou seis soldados russos chegou. Eles tentaram deter duas pessoas, mas os moradores reagiram e não permitiram que isso acontecesse”.

    Ele também afirmou: “Imediatamente depois disso, um veículo blindado acompanhado por várias dezenas de soldados russos armados chegou ao local do comício para dispersar a manifestação”.

    Samoydyk disse à CNN que no sábado (19) “durante um telefonema com um de seus subordinados, meu pai disse que estava sendo parado pelos militares russos”.

    “Depois disso, a ligação com meu pai desapareceu. Não sabemos onde ele está agora, também não houve exigências dos sequestradores.”

    O jovem Samoydyk acrescentou: “O grande problema é que meu pai é responsável pelo sustento da cidade”, incluindo o fornecimento de alimentos para o pessoal operacional da fábrica de Zaporizhzia.

    “A equipe da central nuclear de Zaporizhzhya está extremamente preocupada com os eventos que estão ocorrendo na cidade e não sabe se é seguro para eles irem para seus turnos, se correm o risco de desaparecer a qualquer momento da mesma maneira que aconteceu. ao meu pai”, declarou Samoydyk à CNN.

    Cidade

    Enerhodar é uma cidade no Sul da Ucrânia, localizada na margem esquerda do rio Dnieper, perto do reservatório de Kakhovka. A cidade foi fundada em 12 de junho de 1970 para servir à Central Nuclear de Zaporizhzhia, a maior central de energia da Europa. Além da central nuclear, o outro grande empregador da região é a central termoelétrica a carvão, propriedade da empresa ucraniana DTEK.

    A Ucrânia tem quatro centrais nucleares ativas: Zaporizhzhia, Rivne, Khmelnytsky e South-Ukraine. No total, as quatro centrais nucleares têm 15 reatores, seis dos quais encontram-se em Zaporizhzhia. Os 15 reatores nucleares são responsáveis pela metade da energia que o país produz.

    “A situação na Ucrânia não tem precedentes e continuo seriamente preocupado. É a primeira vez que um conflito militar está acontecendo junto às instalações de um grande programa de energia nuclear, que neste caso também inclui o local do acidente de 1986 na central nuclear de Chernobyl”, disse diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi. E deixou o alerta: “A segurança das instalações nucleares na Ucrânia não deve, em nenhuma circunstância, ser ameaçada”.

    A Rússia anunciou que já possuía o controle da cidade ucraniana desde terça-feira (1º), informação negada pelo presidente da Câmara de Enerhodar, Dmytro Orlov, publicou nas redes sociais a informação de que a cidade resistia aos avanços russos.

    Defesa

    Para defender Enerhodar, a cidade mais próxima à Zaporizhzhia, moradores fizeram barricadas, trincheiras e bloquearam estradas. Nas imagens é possível ver até mesmo crianças tentando impedir o avanço do exército russo.

    Entre as medidas, a população utilizou sacos de areia na tentativa de proteger um hospital de emergência na cidade e permitir que os profissionais da unidade de emergência e cuidados médicos possam fornecer serviços de saúde.

    Antes do confrontos que geraram o incêndio próximo à usina, moradores da cidade também montaram um centro de cuidados, onde alimentos e roupas, tanto para civis quanto para membros das forças ucranianas, eram selecionados e distribuídos.

     

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