Lutamos na Ucrânia contra genocídio, diz Putin em celebração da anexação da Crimeia
Presidente russo fez discurso a milhares de pessoas em estádio de Moscou
Em uma celebração nesta sexta-feira (18) dos oito anos de anexação da Crimeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que as forças russas na Ucrânia estão combatendo o “genocídio” contra separatistas no leste ucraniano.
As declarações foram feitas perante a milhares de pessoas que ocupavam o estádio de Luzhniki, em Moscou. Imagens de TVs estatais russas mostravam diversas bandeiras russas entoadas enquanto Putin discursava.
“Eles queriam ser reunidos com sua terra-mãe natal, a Rússia, tinham todo o direito de fazê-lo e conquistaram seu objetivo. Vamos dar parabéns a eles”, disse Putin ao se referir à população da península anexada.
“As pessoas da Crimeia e Sebastopol fizeram o certo, colocando uma barreira enquanto o nazismo e nacionalismo extremo acontecia”, continuou. “Houve bombardeios, eles foram vitimas de ataques aéreos. Foi para tirar as pessoas desse sofrimento e do genocídio a principal razão da operação que começamos em Donbass”, declarou.
O presidente russo também elogiou suas formas armadas, e disse que não há expressão de amor maior do que “dar a alma por seu amigo”.
Apesar de citar apenas Donbass — a região na qual a Rússia reconheceu dois estados como independentes –, os ataque aéreos russos têm se espalhado pelo território ucraniano, incluindo a capital, Kiev, e cidades próximas à fronteira com a Polônia.
No discurso feito na manhã da invasão, em 24 de fevereiro, Putin disse que não havia outra opção a não ser lançar a “operação militar especial” porque as pessoas de língua russa na Ucrânia foram submetidas a um genocídio por “nacionalistas e neonazistas” desde a anexação da Crimeia, em 2014.
A Ucrânia e o Ocidente dizem que as alegações de genocídio são infundadas. A Corte Internacional de Justiça analisou um recurso da Ucrânia contra as alegações e determinou que os russos cessem os ataques imediatamente.
Putin também diz que as ações de Moscou eram necessárias devido a expansão da Otan.