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    Dia Mundial do Sono: conheça sinais de problemas respiratórios ao dormir

    Apneia obstrutiva do sono é um distúrbio grave, definido como a interrupção da respiração por dez segundos ou mais durante a noite

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    Ter uma boa noite de sono é um dos passos essenciais para a reparação do organismo humano. Neste 18 março, é celebrado o Dia Mundial do Sono, com o objetivo de promover a conscientização sobre a importância de dormir bem para a saúde e qualidade de vida.

    Os distúrbios do sono mais comuns são a insônia, a apneia obstrutiva do sono e a síndrome das pernas inquietas, além de sono insuficiente e atrasos das fases de sono.

    Na edição desta sexta-feira (18) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou os principais sinais de problemas respiratórios durante o sono.

    A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio grave, definido como a interrupção da respiração por dez segundos ou mais durante a noite. Além da perda da respiração, os sinais mais comuns da apneia do sono são o ronco alto, cansaço diurno e pressão arterial elevada.

    Estima-se que mais de 936 milhões de pessoas em todo o mundo podem sofrer de apneia obstrutiva do sono, com muitos casos não diagnosticados. Sem o tratamento adequado, a condição pode levar ao desenvolvimento de hipertensão, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e depressão.

    O médico otorrinolaringologista Danilo Sguillar, coordenador do Departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, recomendou mudanças de comportamento que podem trazer melhorias para o quadro clínico.

    “O que nós recomendamos é que o paciente durma de lado. A posição de barriga para cima pode propiciar o quadro de ronco e apneia. Aqueles pacientes que estão com excesso de peso, nós recomendamos que sejam perdidos esses excessos para que a deposição de gordura na região do pescoço não fique estreitando essa região e propiciando mais quadros de ronco e apneia”, disse.

    Segundo o médico, os pacientes devem buscar uma alimentação noturna à base de verduras e proteínas, evitando o excesso de carboidratos que pode ocasionar pioras na qualidade do sono. Além disso, medicamentos que induzem ao relaxamento corporal também podem favorecer os quadros de apneia do sono.

    Efeitos nocivos da interrupção da respiração

    O neurocirurgião Fernando Gomes explicou que a interrupção da respiração, ainda que por breves momentos, pode levar ao acúmulo de gás carbônico no organismo. O impactos podem ser vistos em diferentes órgãos. No cérebro, por exemplo, pode acontecer a dilatação dos vasos sanguíneos, levando ao aumento da pressão no crânio.

    “A pressão arterial fica alta, tentando despertar o indivíduo por que, como existe esse acúmulo do gás carbônico, alguma coisa não está legal, mais adrenalina é solta na própria circulação sanguínea e isso pode provocar esse aumento de pressão arterial e a longo prazo isso é bastante complicado”, afirma.

    Segundo ele, existe uma correlação da apneia do sono com o índice de massa corpórea. A obesidade pode dificultar o fluxo de ar na região da glote, provocando a apneia a sintomas como o ronco. “Quando os tecidos moles dessa parte acabam vibrando com entrada e saída, a gente tem a produção do ronco. Mas a apneia se caracteriza pela parada dessa troca gasosa”, explica.

    O tratamento da apneia do sono inclui técnicas de higiene do sono, que incluem a criação de hábitos como apagar as luzes, reduzir o consumo de alimentos à noite, evitar a exposição a telas cerca de duas horas antes de ir para a cama, reduzir ruídos do ambiente e ter atenção ao consumo exagerado de cafeína.

    Pesquisa aponta prejuízos da falta de sono

    Um estudo realizado na Alemanha, França e Reino Unido, com a participação de mais de 3 mil pessoas entre 18 e 65 anos revelou que apenas 47% dos entrevistados classificam o sono como bom ou ótimo, o que significa que mais da metade da população ouvida precisa de ajuda para dormir.

    A pesquisa elaborada pela Emma – The Sleep Company teve como objetivo ampliar o conhecimento sobre os hábitos e problemas de sono, além de despertar a população sobre a importância de se dormir bem para a saúde.

    Entre as principais descobertas estão o fato de que 37% dos entrevistados dizem que têm muita dificuldade para dormir, 52% afirmam que quando finalmente conseguem dormir, frequentemente acordam durante a noite e 51% dos participantes relatam impactos para o sono causados pela ansiedade.

    Outros impactos avaliados na pesquisa foram os relatos de 55% das pessoas de sonolência ao completar tarefas diárias, ao menos uma vez por semana, além de dificuldades para o controle das emoções após uma noite sem dormir, apontada por um quarto dos participantes. Além disso, 18% dos entrevistados disseram sentir ansiedade após uma noite sem dormir, revelando possíveis impactos para a saúde mental.

    A neurocientista Verena Senn, chefe de Pesquisa do Sono da Emma – The Sleep Company, explica que negligenciar rotinas de sono pode ser prejudicial à saúde.

    “O sono desempenha um papel vital para nos manter em forma e saudáveis. Quando se tem um sono de boa qualidade a cada noite, a pessoa tende a acordar sendo a melhor versão de si mesma, tendo dado à sua mente e corpo o tempo necessário para recarregar e, então, acordar se sentindo revigorada”, disse Verena, em um comunicado.

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